domingo, 3 de julho de 2011

Quando é minha vez de decidir


Garantia ?
Garantia de quê?
De nada.

Deixa eu começar pelo que a alma vai pintando...

É que escrever as vezes sai como pintura, os pincéis ganham vida própria... Assim são as palavras que vão saltando pelos dedos como quem traça seu próprio destino... Vou domar as pontas dos meus dedos e organizar as palavras para que eu consiga expressar o que sinto agora.

A vida é feita de escolhas e de coragem.
Na bíblia encontramos o sábio dizer que para tudo há tempo. 
E em todo tempo é preciso fazer escolhas: 
Seguir? Voltar? Parar?
Esquecer? Lembrar? 
Renovar? Perdoar?
Na verdade, até não decidir é uma escolha.

No entanto, nossas escolhas são em grande parte o que fazemos com o inevitável. Paradoxalmente, a chuva, o vento, os tsunamis e vulcões que sacodem nossa estrutura com acontecimentos inevitáveis e não previstos não são escolhas nossas. 
As escolhas são o que fazemos depois da casa derrubada, depois da enchente quase nos sufocar, depois que só nos sobra o corpo e uma alma esfacelada.

O que fazer depois do direito ao choro? Deitar e morrer?
É a escolha de muitos.
A loucura toma conta aos pouquinhos.


Tive meus vendavais exclusivos que esmiuçaram meu orgulho, minha vaidade, e por alguns anos deixou vazio meu baú de sonhos, àqueles que a gente reserva e vez ou  outra se dá o direito de delirar.
Me tranquei. E essa foi uma escolha.


Entretanto, tanto quanto são inevitáveis os maremotos, também o são a brisa, a chuva que refresca, o calor dos raios de sol depois de vigorosos invernos. 







E quando menos se espera, a lua está cheia no céu, e as estrelas parecem bem mais perto que antes... As flores resolvem desabrochar e se banhar no orvalho da manhã... E a surpresa é que toda a natureza antes resolvida a esmagar tudo que se via pela frente, agora mostra-se simplesmente doce e singela... 

No mar, ondas que brincam com a brisa, no céu as nuvens de algodão que insistem em pintar de branco o eterno azul...

Essa sou eu... hoje.
Garantias por resolver me permitir?
Garantias por depositar sonhos no baú, outrora vazio?

Há algum seguro de felicidade? Alguém que eu possa pagar para que me devolvam a felicidade e o amor, se algum dia alguém resolver levá-los embora?
Absolutamente. A única resposta é: Não há garantias.

Porque então decido ver novamente estrelas, e destrancar essa porta que guardava em segurança meu maior tesouro?
 Porque permitir que entrem?

Essa foi minha escolha.
Estou com medo. Mas eu quero seguir, mesmo assim.
Recomeço.

Pode ser que eu tropece, que me arrependa, e sei que faz parte desta roda gigante da vida, e que os ciclos são próprios da natureza.

Vou  permitir me entregar a esta escolha, e a me render às estrelas que agora parecem estar tão pertinho...

Quando, num passado próximo, a dor bateu na minha porta, e invadiu minha vida, eu me atirei sobre ela e vivi o luto de um sonho morto com todas as forças. Por isso entrego-me a chance de viver com intensidade a alegria e a rendição de tentar outra vez.


Vou beijar, abraçar, e deixar que me beije, me abrace...

Hoje essa é minha escolha.

Pela segunda vez em minha vida, estou noiva.

Um comentário:

Unknown disse...

Obrigado por essa Oportunidade que me da... TE AMO!!!