segunda-feira, 26 de março de 2012

Passos- Uma possibilidade


Chega um tempo que alguns passos, mesmo que pequenos mostram que você está vivo , que pode continuar tentando, sonhando, fazendo, construindo.

Vivemos uma época muito agitada, sem tempo... Costumo dizer que acordo e durmo atrasada. Sempre tenho  a sensação de que poderia ter feito um pouco mais, mas nao deu tempo... Sou mãe, professora, diretora, dona de casa, pago as contas, e etc e tal, que já sabemos. E então, ter tempo para sonhar, ousar, e de fato realizar até mesmo pequenos prazeres torna-se difícil.

Sempre gostei de dança. Nunca tive coragem de entrar em uma aula, por mais que anotasse número de academias. Só desejava...



Isso foi durante toda minha vida. 

No começo deste mês, decidi entrar na academia para malhar , fazer esteira, musculação. No entanto me encantei ao ver a aula de dança. Desejei mais uma vez, estar ali, tentar aqueles passos...

No segundo dia, resolvi ficar e assistir toda a aula.  Fiquei olhando, observando... Nem todo mundo sabia dançar, mas estavam lá aprendendo, cada um por seu motivo...

Hoje tomei coragem, e após fazer bicicleta, andei alguns passos e me vi  entrando dentro do salão.

Realizei um sonho, e quem estava lá, não tinha a menor ideia disso.

Hoje foram alguns passos de Salsa, e depois de Bolero. Confesso, apaixonei...

Estou com uma sensação deliciosa de ter realizado este desejo. Meu sorriso está de orelha a orelha e já estou contando os dias para minha próxima aula.

Fica a dica: Dance!  dançar é bom demais!


quinta-feira, 15 de março de 2012

Fez a conta?

Não tenho poesia hoje.
Hoje tem um abismo dentro de mim.
Mais uma vez o passado entrou na minha vida, apontando minha escolhas,  me socando no estomago.
Hoje fui a representante legal do meu filho. Intimada a comparecer para a "revisão de pensão" que o pai de meu filho não paga.
A cada teclada, uma fisgada no peito, porque dói,
Enfim, depois dele dizer perante a Dra Juíza  que é um homem doente, e chorar para os presentes, ficou estipulado q ele pagaria 20% de 140,00.
Fez a conta?
Não tenho mais palavras.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Túnel do tempo - um jeito de sentir saudade

Basta uma palavra pra acionar todo o pensamento, que busca nos labirintos da alma, cenas , músicas, sons, cheiros e páginas e mais páginas de um tempo bom...

Pessoas que somem, eu que desapareço, contatos e telefones perdidos por negligência, trabalho, loucura.
Pois em esquisitices da personalidade, somadas ao tempo que não perdoa, vamos adicionando perdas consideráveis.

Barulhos que fazem falta... Uma juventude composta de boas músicas, alegrias, abraços e  calor faz a vida ter sabores, vibrações, emoções. Risadas pelos cantos, brilho no olho...

Quero estender meu braço e tocar de leve todas as emoções que um dia vivi. Mas não alcanço, há nevoas, distância, rios e mares entre aquilo que me encanta e a realidade.

Realidade: Pessoas mudam, como tudo que há neste mundo. Nossa peregrinação na terra é feita em ciclos, tudo se dá em mudanças.  Se as memórias e as emoções causadas por elas não chicoteasse minha paz solitária, certamente não sentiria o nó grosso entalado na garganta.

Não culpo totalmente o destino, culpo minha estagnação, minhas pirações, meu egoísmo de simplesmente viver em esperas. Pois as teorias belas em seus conceitos não foram suficientes para me fazer caminhar e procurar aqueles que o tempo, e não a vida, levou...

Resgato em memórias dias e semanas inteiras, na capacidade humana e sofredora de trazer recordações à superfície. Se em instantes, a culpa me sufoca como um afogamento desesperado,  em outros momentos a nostalgia me aponta que tudo se vai na simplicidade de uma brisa da tarde, um vento outonal que balança as cortinas da sala e arrepia a pele.

Neste desequilíbrio tão humano de saudade, culpa e desculpa, surgem as ondas que vão e vem em forma de pensamento, o coração desaba e alma se derrama.

Estou sentindo falta da presença, da fala, do riso e abraços de um monte de gente que amo, mas que não são mais quem foram. Não penso nisso como uma coisa má, pois também não sou mais a mesma. Sofremos os efeitos do tempo, desgastamos, e tomamos novas formas e novos  rumos.

Seguimos a vida, um tanto quanto conformados nesta tese de mudança, até que um cheiro, uma música, uma foto nos arrebata em um túnel do tempo, em uma volta ao passado que valeu viver, e na realidade, a emoção despenca.

Saudade, saudade doída de um monte de gente...