quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Meu adolescente!

                                 Meu adolescente

Meu filho está com 13 anos, idade das perguntas, questionamentos, descobertas em todo o tempo, no mundo de fora e no mundo de dentro.


Nestas férias, ele resolveu ficar  com o pai, pois as enteadas de seu pai são também adolescentes e eles se divertem juntos.

Sinto sua falta, me preocupo. Ligo à noite pra desejar bons sonhos e para lembrá-lo de fazer sua prece antes de dormir. Coração aperta.

Definitivamente não sou uma mãe neurótica, que justifica atitudes em nome do amor. É preciso equilíbrio, embora o coração possa se derreter.

Estava olhando umas fotos dele, ainda bebê... Foi uma infância de muitas idas à hospitais, e de muito amor também. Se pudesse colocaria um escudo protetor pra ninguém ferir, machucar... mas não dá. Então aconselho, explico e oro...


Fui interrompida agora, por um telefonema dele. Ele disse que só volta domingo e quer que eu leve mais roupas, quer também que eu leve a carteira do SESC. 

Acabei de lembrar dele levantando o braço para me mostrar os pêlos que cresciam . Ele dá um sorriso torto, cara de sapeca com uma pitada de timidez.

Outro dia me pediu que escolhesse um cordão pois ele queria dar para uma amiga, depois disse que gostava dela.  Na verdade opinei pouco, ele escolheu um belo cordão e embrulhou a caixinha em papel de presente.

Assim vou acompanhando seu crescimento, sua alegria e desapontamentos, e a liberdade que aos poucos vai ganhando.

Amor de mãe não se mede, e toda mãe já sabe disso...
Escrevi pra desabafar a saudade da voz, do “mãe, mãe, mãe, manheeeeee...”, da gargalhada... do “me dá coca, por favor, por favor, por favor!!!” 

Vinicius é um filho maravilhoso, que me dá orgulho e me faz uma mãe muito feliz!

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Região Serrana - Perdas e Solidariedade

Não consigo deixar de pensar nas vítimas, nos sobreviventes da tragédia que assolou a Região Serrana.
Uma dor que irá demorar pra passar.
Penso em dignidade, segurança e paz.
Casa é o lugar seguro da nossa vida, onde descansamos , dormimos e vivemos. Lugar que encontramos o abrigo, nosso porto seguro.  

Família é o aconchego que se encontra quando tudo vai mal, é o abraço, o perdão, é o laço que nos segura, nos envolve quando tudo mais se vai.
Chamamos de LAR essa soma, essa mistura boa de casa e família. 
O que aconteceu na nossa Serra, Serra do Rio, Serra do Brasil destruiu lares.
A mistura água e terra carregou com os destroços, nossa gente.
Veio a lama e levou as promessas e sonhos de famílias,simplesmente levou...



Depois da madrugada de barro, veio a escuridão da manhã do dia seguinte. Começou a procura desesperada pela família, pelas crianças, pela esperança.


No dia seguinte, faltou a água, o pão, o teto, os filhos.
Quem dera  fosse pesadelo...

É real. Famílias dizimadas, recomeçando com a fé que sobreviveu às águas e à maldade daqueles que eleitos pelo povo, não cuidaram nem protegeram. Nem ao menos alertaram sobre o perigo.

Deito na cama do meu quarto e olho para meu teto rebaixado, minha janela com grade. Penso em meu filho, em minha mãe. Penso que poderia ter acontecido conosco.  Minha janela com grade para minha segurança...
Também já estive diversas vezes em Nova Friburgo nesta mesma época, e me hospedava em uma pousada que agora está misturada com a lama.
Difícil conter as lágrimas.
No entanto, acredito que a força deste  povo solidário, destes brasileiros que não se dão por vencidos. Povo forte na fé e na solidariedade.

Emociona ver que em todo canto, a ajuda não cessa. 
Belo ver que sangue foi doado até ser preciso dizer “venham em fevereiro, estoques repletos.” Gente que dividiu roupas, que doou tempo, que pisou no barro, que salvou vidas.

 
Lava a alma ver a força e a solidariedade de gente que perdeu família e casa, cavando o barro, resgatando quem conseguiu sobreviver.


Recomeçar do nada é duro, mas dando as mãos, segurando nos braços um do outro é possível caminhar.
Esse texto é pra falar de perda, mas também de amor, amor fraterno, amor que não pede de volta, amor pelo outro que nunca se viu...


É em momentos assim, de solidariedade e fraternidade que sinto orgulho de ser brasileira. É quando vejo carrinhos de mercados lotados de água, caminhões repletos de doações, pessoas que atravessam estados, cidades para dar o conforto do abraço, e mostrar que estamos juntos, que também sentimos a dor, e que vamos ajudar no recomeço, na reconstrução.

Não é só a reconsrução das casas, mas da segurança, da confiança, da dignidade.
Somos todos frágeis, somos humanos, temos o  fôlego da vida sempre por um fio e o que nos fortalece, e nos dá bravura é nossa união.

Que possamos tirar lições desta tragédia.


Tamanha dor fez história e marcou vidas para sempre.
Que sejamos mais criteriosos com nossas escolhas, na hora de darmos nossos votos aos que nos governarão.
Que possamos respeitar mais a natureza.


Que o Eterno fortaleça o povo da Região Serrana, e acaricie o coração destas tantas crianças.


Observação:
As fotos mostradas neste texto, fotografei dia 16 de janeiro, quando seguia com a caravana de professores da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro e organizada por nossa Secretária de Educação Claudia Costin.
Fomos levar histórias, livros  e carinho às crianças da Região Serrana

É um dia que guardarei em meu coração para sempre.

Alguns videos postados por professores sobre a caravana de professores
http://www.youtube.com/watch?v=UnMweglp94w

veja também
http://migre.me/3JmuN 

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Desejo da vida


Acho que hoje a natureza me brindou interferindo na minha pressa, e me sacolejando.
Saí do trabalho às 17h, peguei o ônibus, o metrô e ao descer a rampa para ir pra casa, a chuva caiu forte, fria e pesada.  Não estava de guarda chuva e me entreguei ao banho da água que vinha do céu. Não corri nem tive pressa, acho que me acalmou, uma espécie de entrega...
Foi o tempo de chegar em casa e a chuva parou. Não me importei com a roupa e cabelos encharcados, na verdade, o frio das gotas me confortou.

Pouco depois,  soltei minha cadelinha no quintal, e quando o pensamento estava pronto para  ser fisgado pelas preocupações, contemplei o céu. As nuvens se amontoavam, parecia um quadro. Lembrou-me uma pintura de Monet.
Tenho que confessar que nos últimos tempos, não tenho olhado céu,  nem as belezas da natureza; elas continuam radiantes, eu é que olho sem ver...
Rapidamente um flashback da infância, lembrança do tempo que nuvens se transformavam em elefante, ursinho, casa, coelho, carro, dinossauro... De verdade, acho que hoje meus olhos não mais enxergam, e lamento a perda da imaginação, própria das crianças.
O ano que passou não foi fácil, e a mágica da virada não detonou e tornou em nada o que já estava, o que era fato. Os móveis continuam no mesmo lugar.
Mas admito que a mãe natureza me comove, sou dessa matéria terra, sou parte deste infinito universo, sou mistura dos elementos fogo, terra, água. Estou imersa.

Me completa e me dá energia quando enterro meus pés na areia da praia e deixo a água salgada banhar meu corpo, sentir o gosto do sal na boca ao retornar de um mergulho... 

Minha vida se eterniza em minutos quando posso andar descalça sobre a terra marrom e molhada após a chuva, o cheiro do mato, o vento, a folha... Obras do Criador que supera  qualquer terapia.
 
.......
No turbilhão de incoerências que se apresentam de repente, como um filme visto pela metade, respondo com as batidas do coração,  a respiração ofegante...
Quero um tempo pra olhar a vida, subir ao topo da montanha, tomar banho de cachoeira, sentir o vento, ouvir o barulho do vento, pisar na terra, jogar pedrinhas no rio, pegar a fruta no pé, cheiro de manga rosa, olhar as estrelas, colher flores do campo... rever conceitos, agradecer e retomar.


sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Avanços na Educação do Rio de Janeiro

Sou professora da Rede Municipal do Rio de Janeiro e admiro o trabalho que a Secretária de Educação, Claudia Costin,   tem realizado.
No início do ano de 2009 vi a Secretária pela primeira vez, em uma reunião de diretores, era o começo de sua gestão, mas não imaginávamos quantos avanços teríamos.
Dois anos se passaram e já é possível ver os resultados das conquistas alcançadas.
É preciso mais que vontade para estar a frente desta grande rede, tem que ter força, determinação, dedicação e garra, e estas são qualidades que certamente nossa Secretária possui.
A Secretária Claudia Costin é uma mulher que abraçou a Educação do Rio com todos os desafios que esta apresenta. Nossa Secretária não é de ficar  atrás de uma mesa de gabinete, ela participa de reuniões com os alunos, pais, professores, diretores, faz palestras e sempre dinâmica, tem uma relação direta com os professores da rede através do Twitter. Isto é inédito para nós, professores.
O professor do Rio sabe que pode perguntar, tirar dúvidas, elogiar, dar sugestões. Isso é muito bom! É a valorização do diálogo, da interação e da parceria! Uma comunicação direta forma professores ainda mais comprometidos e motivados. Uma equipe assim alcança o sucesso!
Nestes dois anos, muitos programas foram criados e estão dando certo pois tem como foco o avanço de nossas crianças através de uma Educação de Qualidade.  

Sou professora com orgulho, e estou feliz com as ações e projetos que nossa rede tem desenvolvido.
Realmente me deixa feliz quando leio nos tweets de nossa Secretária que nossos alunos podem SIM ser alfabetizados em um ano, e que seu objetivo para nossa rede é que ela seja
uma Educação de Excelência.
Eu acredito no bom trabalho de nossos professores e na capacidade das nossas crianças.
Eu creio que a Educação  Rio de Janeiro pode ser SIM uma rede de referência. 
Eu desejo que cada vez mais professores sejam contagiados por essa paixão de transformação que tem nossa Secretária Claudia Costin.
2011 será certamente um ano de muitos avanços na Educação carioca!