sexta-feira, 22 de abril de 2011

VICTOR RAFAEL- BEM VINDO!

Acabei de ver as fotos do meu sobrinho que nasceu dia 31 de março de 2011.

Hoje também é aniversário do meu irmão Artur Fabiano.


Artur mora em Belo Horizonte- MG e nos vemos pouco. Quando nos falamos, a conversa é longa, gostosa e saudosa... Os minutos passam e a gente de repente grita"É DDD!" e desliga.

Mesmo sabendo que amor não se apaga com distância, não conseguimos nos redimir da culpa da ausência. 

Levo o orgulho de saber que fui eu a primeira a saber da gravidez de minha cunhada . Artur me ligou nervoso e eu me senti extremamente feliz.


O tempo meio que voou, e nosso pequeno Victor Rafael já está aqui, entre nós.
Lindo bebê, que será sem dúvida um homem abençoado,próspero e feliz.



Desejo ao mais novo bebê da família, saúde, paz e a alegria de viver em uma família feliz. 

Artur e Thalita são maravilhosos e serão bons pais.


Minha mãe e meu padrasto irão visitá-los hoje, eu ainda não...

Espero que logo possa tomar em meus braços o Victor e enchê-lo de mimos.
Sou uma titia muito feliz.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

SAUDADE- Alguma definição

Hoje o coração amanheceu explodindo, como se fosse grande demais para caber dentro do meu corpo. A Alma suplicou por algo que eu não poderia conceder. É como se o mundo todo fosse pequeno para a saudade que acordei sentindo.

Acordar sem correr para o trabalho, com todo um feriado pela frente faz a gente pensar, e hoje aconteceu da falta abrir um vazio em minha vida.

Minha saudade: Meus amigos, meu irmão, meu sobrinho que não conheço.

Queria mãos gigantes e colher pelos cantos do mundo, amigos que se espalharam e tê-los por um espaço de tempo, nas palmas das mãos e trazê-los para bem pertinho do meu coração.

A vida, sempre gentil comigo, me proporcionou amizades de raíz, pessoas de natureza simples, sorriso aberto, de mãos estendidas.  Meninas e meninos que fazem parte do que sou, e se misturam ao sangue que corre em mim, pois não seria quem sou, sem o amor, sorrisos e lágrimas que me proporcionaram.

Talvez a distância física seja por alguns deles interpretadas por descaso, esquecimento, desamor. Digo que tudo em mim implora pela presença daqueles que posso chamar de amigos.

Enquanto escrevo, e choro, me vem lembranças salpicadas, flashes: música e violão, voz e canto, guitarra e bateria, Diamantina, Três Marias, Belo Horizonte, Três Rios, Sítio de Itaipuaçu e nossos congressos, ruas fechadas em final de semana de Convenção, Parada na estrada em Santos Dummont, leite tirado da vaca na hora... Voz grave dos nossos pais, poesias lidas,São Paulo, coxinhas no meio da noite, piadas que só um amigo que se foi sabia contar daquele jeito, fazer xixi nas calças de não aguentar de tanto rir, Mangueira, jantares, ficar depois dos cultos cantando e dançando mesmo depois de quase todo mundo ir embora, Bangu city...  meu teclado, descidas em papelão nas gramas da quinta da Boa Vista. Sinto falta do barulho do dominó quase quebrando a mesa de nossa casa, enquanto nós corríamos, ríamos, e guardávamos nossos segredos de gente feliz.

Para cada palavra, uma imagem. Para cada imagem, lágrimas.
Amizade de raiz.
Nomes? Eu poderia escrever um livro sobre o grande amor que tenho por cada uma das pessoas listadas.
Nomes? Por quem começo?
Joel.
Joquebede, Késia, Kelly, Quésia, Neilda, Jônatas, Neilson, Verônica, Rosilene, Reinaldo, Mônica, Roneida, Claudia, Fábio e Artur.

E com eles, nossos pais, Fábio e Leni, Argeu e Nilza, Paulo e Maria, Geraldo e Lúcia, Jair e Carmem- motivo da essência e pedra fundamental de nossa alegria e amizade.

Uma vida cheia de música e promessas.
Uma infância de certezas.
Qual de nós poderia prever?
Não havia uma vírgula de dúvida de que algo poderia sair errado, havia?

"Tenho em mim todos os sonhos do mundo." - Fernando Pessoa

E tivemos lindos aniversários de quinze anos, e tivemos lindos casamentos, festas e viagens.

A distância, bem como os problemas, veio gradativa.

Um pouco de silêncio.

Em alguns momentos de nossa vida, o silêncio tem virado os anos. Anos sem contato, sem abraço, sem cartas, sem voz.

Novas pessoas, como devia mesmo ser, começaram a fazer parte de nossa vida, algumas até hoje não entendem o valor, essência e "infinitude" de nosso amor. E pelas mais diversas razões, nenhuma delas justificável, ainda mais silêncio. 
E a música nunca mais foi a mesma.

A lembrança das vozes de vocês é nítida como se os anos não tivessem passado.


Escrevo de frente para varanda, que continua aqui na Jansen Muller, intacta e forte, também palco de nossa infância e relembro as centenas de vezes que brincamos, conversamos e dividimos nossos segredos adolescentes. Chamo de mágica realidade. Tempo bom, não?

Sei que minhas palavras despertam em vocês lembranças doces, de vidas  reservadas para somente alegrias, e certamente não contávamos com tantas adversidades, pois acreditávamos mesmo que éramos de alguma forma encapsulados, e que nada nos atingiria. Guardávamos os sonhos com absoluta calma e certeza de que as coisas aconteceriam  como a gente imaginava.

Pensávamos que nossos filhos cresceriam juntos, como nós crescemos. E que eles brincariam nos quintais de nossas casas, e que viajaríamos juntos em caravanas de carros, com música, violão, abraços e muita conversa varando a noite...

Dentre o silêncio que  aos poucos cultiva a saudade, tivemos a certeza de nossa fragilidade e mortalidade, quando da noite para o dia, nosso baterista, o mais galanteador de todos os amigos, nos deixou. Sem aviso prévio.

Isso nos fez perceber que o tempo não perdoa, não pára, não espera.

Aprendemos a viver nossas vidas, a correr pelo dinheiro que nos garanta o pão de cada dia, a usar o orkut, facebook, twitter. Alguns de nós com filhos. Poucos filhos. Nenhum filho.

Correndo de lá pra cá, as vezes como hamsters naquele círculo...

Confesso que enquanto escrevo,  a saudade aumenta. 

Conversando comigo mesma, nas perguntas e respostas de meus pensamentos, concluí que nestes 34 anos de vida, tendo passado por tantas experiências, a simplicidade de nossa amizade, é até hoje o que mais valeu. Era puro, sem máscaras, pra falar o que tinha que ser dito, porque por mais duro que fosse ouvir, só fazia bem...

Este texto, exposto em um blog público é uma declaração de amor, oficial, verdadeira, sincera.

Quem sabe em algum momento, a gente consiga fazer uma viagem juntos, levar o violão, e voltar a rir dos velhos e bons momentos?

Desculpa a nostalgia de outono, a poesia fora de hora, a falta de jeito para expressar...

beijo no coração

segunda-feira, 18 de abril de 2011

GENTILEZA JÁ!

Hoje, no meio da correria do dia, de lá pra cá, atendendo telefonemas, pensando mil coisas, ouvi uma frase que fez parar o meu mundo.

Eu estava na coordenadoria esperando para falar com uma professora, quando uma funcionária que não me conhecia, me ofereceu um cafezinho. Aceitei.

Ela passava por mim várias vezes, fazendo a limpeza, servindo... Em um destes momentos ela  encaminhou uma senhora para um cantinho, depois de algum tempo a mulher foi embora  com os olhos molhados, a face abatida e tentando se refazer de um desabafo.

A funcionária, meio que falando ao vento mas olhando em meus olhos disse "nós não podemos resolver tudo, mas pelo menos uma palavra de paz precisamos dar à uma pessoa aflita."
Achei aquilo de uma gentileza ...
Achei doce, humano, essencial.

Aquelas palavras modificaram meu dia, e fiquei alerta às delicadezas que podemos fazer em todo o tempo. Olhar nos olhos, agradecer, doar palavras de esperança, abraçar...

A vida corrida faz as pessoas nos derrubarem na rua, com seus ombros largos e suas pastas cheias. A pressa é tanta que te empurram, e não conseguem pedir desculpas, como se os empurrões fizessem parte do pacote do estresse comum.

Por favor, licença, pois não, bom dia, boa noite, parecem expressões antigas, ou usadas em situações de cerimônia. 

A delicadeza do toque das mãos, do sorriso sincero, da gentileza gratuita de ceder o lugar aos idosos  parece estar entrando em extinção.

Precisamos urgente de um manifesto, uma campanha, cartazes , algo que acorde nosso povo do sono do egoísmo.
Sugiro  o tema: gentileza já!

sábado, 16 de abril de 2011

Lições de paz



Foi uma semana difícil. A dor de perder nossas crianças em Realengo parece um pesadelo, a gente acorda de manhã e pensa: Aconteceu isso mesmo? Entraram em nossa escola e atiraram em nossos meninos?

Infelizmente, o massacre é real.

Inúmeros blogs, jornais, sites, cartas, textos, reportagens tentam explicar a mente insana do atirador, e o que o motivou. 

No entanto, sabemos que ele incorporou um terrorista, munido de armas, carregadores, roupa especial, a alma tomada pela morte.

As diferenças são a causa de muitos atentados, massacres, tragédias e guerras.

A coisa começa desde que a criança é bem pequena, e a situação se divide em dois terríveis lados: O ameaçador e o acuado.



Quem não quer se acuado, se junta ao ameaçador. 

Alguns dos acuados conseguem superar, e prosseguir, outros não. Mas, de qualquer forma, as marcas ficam.

O ataque em grupo não perdoa, é cruel. Palavras, expressões de todo tipo em coral, em sussurro, em bilhete, em internet:  "baixinho, girafa, elefante, macaco, quatro olho, macumbeiro, biblia, fresco, viado, nerd,feia, burro, sapata," e por aí vai...  as palavras causam náuseas só de serem lidas, e quando direcionadas a  um ser humano viram faca afiada, que continua e continua e continua a cortar.



Alguns superam. 

ALGUNS NÃO.

Estive presente na missa de sétimo dia dos nossos anjinhos de Realengo. E as sensações se misturam de uma forma que nem dá pra descrever. Estar ao lado das 12 famílias que perderam suas crianças, todas ao mesmo tempo, chorando e dividindo a dor com mais 3 mil pessoas presentes, esvazia a alma, perdemos as perguntas, as respostas, esvaziamos... Ficamos face a face com a mais profunda dor.



Olhar para a nossa escola Tasso,  com paredes escritas, cartazes, flores, ursinhos, cartas e imaginar o pânico daquela manhã... 



Tudo errado.
Tudo errado.

Diante da dor, uma lição.

Foi a missa mais emocionante que já presenciei, pois várias denominações religiosas falaram, e ouvi mensagens que lembrarei para sempre. 

Nunca havia estado em um culto ecumênico, e percebi que diante da dor e da morte somos um só sentimento. 

Todos pediram respeito às diferenças, todos suplicaram pela paz, todos pediram que a escola fosse o que escola deve ser, um lugar de sonhos.



Isso precisa de fato, mudar nossa postura, como pais ,professores e cidadãos diante do que vemos todos os dias. 

Permitiremos ainda as brincadeiras preconceituosas sobre gays, negros, portugueses, louras e o que mais for? Ouviremos com sorriso torto, em "um deixa pra lá" que se omite. que entra por um ouvido e sai pelo outro?

Continuaremos fingindo não ser tão importante, ao ouvirmos nossos filhos contarem sobre o colega que apanhou na escola, como se o caso fosse comum? Sobre a criança que é desprezada por ter ou deixar de ter, por ser ou deixar de ser?



Permitiremos que a aula em nossa escola, prossiga com o planejamento normal, depois de uma discussão ou briga que inclua preconceito, ameaças, constrangimento, ou pararemos tudo, abriremos a roda e iniciaremos um diálogo sério e aberto sobre o fato?

Precisamos rever.




Chega de dor.



terça-feira, 12 de abril de 2011

Formandos 2010 - E. M. Tasso da Silveira


Quando vi esse vídeo, me emocionei muito.
Adolescente é pura vida, sonho em essência.
Essas crianças do vídeo, renovaram minha esperança com sua vontade de viver.

Soframos o luto e a dor, mas não nos esqueçamos
 de todos os meninos e meninas que precisam de nós.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Busca pela Perseverança e Fé diante das incertezas.

Minha alma escreve linhas em minha mente, de forma incessante. Pensamentos que se misturam, se confundem, e aceleram as batidas do meu coração.

São perguntas que  multiplicam  a angústia da dúvida . Haverá resposta?


A covardia em nossa escola de Realengo destampou nossos medos guardados. Abriu portas, antes lacradas. Retirou a armadura da sensação de poder, balançou as nossas certezas.

Sempre digo que a vida é imprevisível, que nada sabemos, mas acho que até então, isso fazia parte de uma frase em tom poético.

Não temos o mínimo controle, mas devíamos ter.


Já dizia a bíblia que somente Deus é capaz de sondar os corações.

Não invadimos a mente do outro.

Ex aluno? "Seja bem vindo, meu filho." - Porque não? Ele era bem vindo. 

Na mochila, o ex aluno carregava sua fúria, no coração sua frieza, na alma o vazio...

Ex aluno, um jovem solitário, um ninguém que ninguém sabia. Virou história, arrancando de nossas crianças o sopro da vida.

Deixou-nos o medo.
Quero fugir do medo do erro.
...
Meu texto não é de palavras que inspiram e fortalecem, mas palavras que saltam do peito, colocando em letras a aflição do medo do erro, e a busca por algo que console. Desabafo.
...
Sou professora, tenho orgulho da minha escolha.
Mas não é só de quadro, cadernos, canetas e livros que o professor é feito.
Quero alcançar meus alunos, quero olhar minhas crianças, quero entendê-las. Dirá alguém  : "Você não é psicóloga, nem psiquiatra, esta não é tua função."

Insisto. Educar é minha missão, a vida que escolhi viver e que faço por acreditar e amar.
Insisto. Tenho que conhecer meu aluno.
Não quero errar.
Não quero me omitir, nem ser omissa.
Quero alcançar, saber seus projetos de vida, seus sonhos, seus medos, suas conquistas.

Pensamentos que sacodem. Acabei de dizer linhas acima que não entramos nas mentes. Não penetramos pensamentos. 

...
Penso no meu filho. Eu o enxergo? Ele precisa de mim mais do que penso? Abraço e aconselho o suficiente?
Seu coração está feliz? Ele chora enquanto me ausento?
Sou boa mãe? caminhamos na estrada certa? Indico o melhor?
...
Vidas.
...
Como prever?
Quero acertar.
Qual o momento certo de interferir? Onde fazer parar? Como escolher o momento certo do dialógo, que pode até ferir, ou quem sabe mostrar que o céu é o limite?
...
O Massacre nos trouxe indagações.





Sabemos que a escola Tasso é segura, mas o assassino era ex aluno, um jovem. 
Quem poderia prever? Qual a profundidade do vazio daquele coração? Um abismo? Quem o causou?
Wellington NINGUÉM da silva. Este era seu nome? O que causou seu anonimato na vida?

Linhas de pensamentos que se cruzam.

Ele interrompeu , ceifou os sonhos, os planos, os beijos, sorrisos, filhos, aniversários, netos, casamentos... O primeiro emprego, a viagem dos sonhos, a faculdade, os abraços, as emoções, e toda mágica e aventura que faz da vida a própria vida.Ele matou  tudo que justifica o pulsar da existência.
...
Agora é madrugada, são 02:00, silêncio... Terceira noite em claro, repleta de perguntas e persamentos que cruzam minhas certezas.

Não perdi a fé. Acredito que a escola Tasso será reinventada, pois embora a tragédia das tragédias trouxe danos irreparáveis, também elevou sentimentos nobres de paz, solidariedade e união.

Povo carioca, gente do Rio, brasileiros que no limite da dor, diante das marcas que o desespero causou e de imagens que cortam, doaram abraços, palavras, silêncio, flores, doaram a força de agarrar a fé, para que não fugisse. 
Famílias que doaram orgãos dos seus filhos para que  outros jovens , em estado grave, não morressem.
Vizinhos que resolveram apagar o ódio com tinta branca na casa que estava quebrada e escrita com a dor dos que sofrem. Gente que reinventa a vida, com a fé que a paz renascerá. A nobreza deste ato faz faltar palavras. O bem vence o mal.

Perguntas, perguntas.
Pelos nossos jovens, suportaremos e venceremos.
Pelos nossos alunos, recomeçaremos.
Pelas nossas crianças, resgataremos as certezas que se perderam.
Pelos nossos brasileirinhos, reconstruiremos.
Jovens de Realengo, a vida espera por vocês.
Felicidade, amor e alegrias apesar da saudade que sempre existirá.

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sábado, 9 de abril de 2011

MEU DESABAFO - MASSACRE EM REALENGO -



Não sou especialista pra falar sobre crimes, não sou psicóloga pra explicar o que aconteceu na mente do assassino, ou como nossos meninos serão capazes de suportar a dor que não se mede.

Sou professora.

Tenho 34 anos, e desde os 16 estou dentro dos muros escolares. Antes, também estava dentro, como aluna.

A escola tem sido minha vida, e lá passo o maior  tempo que tenho. Mais de 10 horas por dia.

A tragédia, o massacre de Realengo é um nó na garganta que não se desfaz. É como um bolo de comida que ficou agarrado na garganta, e que sufoca. É a maior tragédia de todas as tragédias,  o massacre que a uns levou  vidas, e a outros, levou os sonhos.

Sempre trabalhei em comunidades. Sempre ouvi tiros, e já me abaixei no chão junto com os pequenos diversas vezes. Quando trabalhava em Nova Brasília, no Complexo do Alemão, ficava com medo na hora em que subia o morro, pois me sentia desprotegida. Costumava apressar os passos para chegar o mais rápido possível dentro da segurança da escola. Lá, os bandidos não entravam... A escola era a segurança.

Alguns pais diziam que preferiam suas crianças dentro da escola, por que era segura.

Sim, eu sei que este fato é isolado, mas ainda assim não deixa de ser fato, e real para aqueles que lá estavam.

No dia 07, quando olhei a TV e vi bombeiros em volta da escola, com a placa azul da prefeitura, meu corpo tremeu. “Nossas crianças” pensei.

Nossas crianças, minhas crianças, crianças do Brasil. É que vejo em cada um daqueles jovens rostos, meus alunos, àqueles que foram meus alunos, os que são e os que serão. Vejo naqueles rostos meu... matriculei meu filho na rede este ano, ele tem 13 anos.

Penso que era apenas mais um dia feliz na vida daqueles meninos e meninas, por que jovem não tem o costume de pensar na morte. A vida em suas veias pulsa forte com desejo de mais vida, de aventura, de amor.

Penso nos professores, dentro de suas salas vendo seus alunos morrerem com tiros na cabeça, diante de sua própria impotência.

Não sei como uma pessoa pode superar isso, sinceramente.

Escola e morte é uma mistura que não combina.

Dizia o poeta: Escola é lugar de se fazer amigos.

Sou uma professora perplexa diante da loucura, desejando desesperadamente uma resposta que amenize a fúria das perguntas que sacodem o meu peito. Não me conformo, não aceito, não aceito!!!

A psicóloga disse ontem na TV, que as pessoas inventam  um jeito de seguir com suas vidas.

Eu ainda não consegui parar de chorar. Minha alma estremece alternando em mim, ora o sentimento das mães, das professoras, dos pequenos, nossas crianças.
Como disse a psicóloga, inventemos um jeito então de lidar com isso. Acho que não dá pra fingir que não aconteceu...

Todo o povo brasileiro deve abraçar essas crianças, mesmo que de longe, pelo coração.

Estes jovens precisam ser resgatados de suas próprias memórias, e para isso todo esforço ainda será pouco. Precisamos dar a eles lembranças que aos poucos substituam o massacre. E é preciso fé em Deus para crer nisto.

Hora de repensarmos a paz. Hora de levantarmos a bandeira da paz dentro de nossas casas, principalmente.

Oremos para que o poder de restauração do  Eterno alcance essas jovens vidas.