sexta-feira, 24 de junho de 2011

AFETOS DO COTIDIANO

Vinicius meu filho, reclamou outro dia comigo e com minha mãe que não sabia andar de bicicleta. Falou com um pouco de mágoa, pois mencionou que o pai jamais o ensinara... 

Nessas horas, a gente quer chorar, por este motivo e todos os relacionados ao assunto, mas fingimos que isto é apenas um detalhe: "Logo você aprende; Nem todo mundo sabe andar..".

Dias depois, nosso vizinho Gabriel chamou o Vinicius para ajudá-lo a fazer um trabalho da escola. Já era tarde, e resolvi ligar para o vizinho  pedir que meu filho voltasse pra casa. Foi quando a mãe do Gabriel me contou a história. Era aniversário da escola, e  toda a unidade concorreria a prêmios pelos 3 trabalhos mais interessantes sobre a comemoração. A turma do Gabriel se dividiu em quatro grupos, e nenhum dos grupos quis que Gabriel entrasse em seus grupos fechados. Assim, ele resolveu (foi obrigado) a fazer sozinho sua atividade . Tirou muitas fotos da escola para produzir um vídeo. Como sabia que Vinicius tem facilidade para este trabalho, pediu seu auxílio.

No dia seguinte, a primeira coisa que vi quando cheguei do meu trabalho, foi Gabriel, todo orgulhoso com uma camisa escrito o nome da escola. "Como foi lá Gabriel?" Ele sorriu. "Fiquei em terceiro lugar de toda escola."

Minha alegria foi maior quando Vinicius saiu da casa do Gabriel em cima de uma bicicleta.
"Mãe, o Gabriel me ensinou a andar de bicicleta."

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Dia triste.

Nessa vida, nos deparamos com situações que nos secam a boca, nos calam de uma forma que nem conseguimos expressar palavras.

Tem coisa difícil demais de engolir, e desce na garganta arranhando, chega a sangrar.

Estou triste.

Tenho uma amiga, daquelas amigas que não tem defeito.Não é que não tenha defeitos por ser minha amiga, mas porque é mesmo uma pessoa íntegra, amiga... sabe a pessoa que você sabe que merece, por direito dela e por dever do universo ter toda felicidade do mundo? Hoje o universo a traiu, pois tirou dela seu bebê, que há 5 meses estava em seu ventre.

Tem que diga que devemos nos conformar, que não conhecemos os motivos, pode ser... Mas neste momento penso em todas as  terríveis mulheres que jogam seus filhos nos lixos, ou os afoga, ou os abandona... Elas continuam procriando, e seus filhos nascem e sobrevivem... Verdade que sufoca.

Outra amiga me disse ao telefone que tudo ficará bem, que logo ela terá outro bebê. Creio que sim, logo um bebê lindo virá e confortará o coração da mãe, pai, família e amigos.

Dentro desse turbilhão de questionamentos, e dessa triste realidade, pedimos a Deus que console minha querida amiga.
Deus a proteja, querida L. , Deus a proteja.


 


sábado, 11 de junho de 2011

TRÊS DIAS PARA VER (Helen Keller)


TRÊS DIAS PARA VER
Por Helen Keller


O que você olharia se tivesse apenas três dias de visão? 
Helen Keller (1880-1968), uma mulher extraordinária, cega, surda e muda desde bebê, nos chama a atenção para a apreciação de nossos sentidos, algo que normalmente não percebemos. Apenas de posse do sentido do tato e uma perseverança inigualável, sob a orientação de Anne Sullivan Macy, Keller pôde aprender a ler e escrever pelo método Braille, chegando mesmo a falar, por imitação das vibrações da garganta de sua preceptora, as quais captava com as pontas dos dedos. O esforço de sua mente em procurar se comunicar com o exterior teve como resultado o afloramento de uma inteligência excepcional, considerada a maior vitória individual da história da educação. Ela foi uma educadora, escritora e advogada de cegos. Tinha muita ambição e grande poder de realização. Ao lado de Sullivan, percorreu vários países do mundo promovendo campanhas para melhorar a situação dos deficientes visuais e auditivos. É considerada uma das grandes heroínas do mundo.  A Srta. Helen alterou nossa percepção do deficiente.

Publicado no Reader’s Digest (Seleções) há 70 anos. Texto selecionado por Silvia Helena Cardoso



Várias vezes pensei que seria uma benção se todo ser humano, de repente, ficasse cego e surdo por alguns dias no principio da vida adulta. As trevas o fariam apreciar mais a visão e o silencio lhe ensinaria as alegrias do som.

De vez em quando testo meus amigos que enxergam para descobrir o que eles vêem. Há pouco tempo perguntei a uma amiga que voltava de um longo passeio pelo bosque o que ela observara. “Nada de especial”, foi à resposta.
Como é possível, pensei, caminhar durante uma hora pelos bosques e não ver nada digno de nota? Eu, que não posso ver, apenas pelo tacto encontro centenas de objetos que me interessam. Sinto a delicada simetria de uma folha. Passo as mãos pela casca lisa de uma bétula ou pelo tronco áspero de um pinheiro. Na primavera, toco os galhos das árvores na esperança de encontrar um botão, o primeiro sinal da natureza despertando após o sono do inverno. Por vezes, quando tenho muita sorte, pouso suavemente a mão numa arvorezinha e sinto o palpitar feliz de um pássaro cantando.
Às vezes meu coração anseia por ver tudo isso. Se consigo ter tanto prazer com um simples toque, quanta beleza poderia ser revelada pela visão! E imaginei o que mais gostaria de ver se pudesse enxergar, digamos por apenas três dias.

Eu dividiria esse período em três partes. No primeiro dia gostaria de ver as pessoas cuja bondade e companhias fizeram minha vida valer a pena. Não sei o que é olhar dentro do coração de um amigo pelas “janelas da alma”, os olhos. Só consigo “ver” as linhas de um rosto por meio das pontas dos dedos. Posso perceber o riso, a tristeza e muitas outras emoções. Conheço meus amigos pelo que toco em seus rostos. 
Como deve ser mais fácil e muito mais satisfatório para você, que pode ver, perceber num instante as qualidades essenciais de outra pessoa ao observar as sutilezas de sua expressão, o tremor de um músculo, a agitação das mãos. Mas será que já lhe ocorreu usar a visão para perscrutar a natureza íntima de um amigo? Será que a maioria de vocês que enxergam não se limita a ver por alto as feições externas de uma fisionomia e se dar por satisfeita?




Por exemplo, você seria capaz de descrever com precisão o rosto de cinco bons amigos? Como experiência, perguntei a alguns maridos qual a exata cor dos olhos de suas mulheres e muitos deles confessaram, encabulados, que não sabiam. 
Ah, tudo que eu veria se tivesse o dom da visão por apenas três dias!


O primeiro dia seria muito ocupado. Eu reuniria todos os meus amigos queridos e olharia seus rostos por muito tempo, imprimindo em minha mente as provas exteriores da beleza que existe dentro deles. Também fixaria os olhos no rosto de um bebê, para poder ter a visão da beleza ansiosa e inocente que precede a consciência individual dos conflitos que a vida apresenta. Gostaria de ver os livros que já foram lidos para mim e que me revelaram os meandros mais profundos da vida humana. E gostaria de olhar nos olhos fiéis e confiantes de meus cães, o pequeno scottie terrier e o vigoroso dinamarquês. 
À tarde daria um longo passeio pela floresta, intoxicando meus olhos com belezas da natureza. E rezaria pela glória de um pôr-do-sol colorido. Creio que nessa noite não conseguiria dormir.


No dia seguinte eu me levantaria ao amanhecer para assistir ao empolgante milagre da noite se transformando em dia. Contemplaria assombrado o magnífico panorama de luz com que o Sol desperta a Terra adormecida. 
Esse dia eu dedicaria a uma breve visão do mundo, passado e presente. Como gostaria de ver o desfile do progresso do homem, visitaria os museus. Ali meus olhos, veriam a história condensada da Terra -- os animais e as raças dos homens em seu ambiente natural; gigantescas carcaças de dinossauros e mastodontes que vagavam pelo planeta antes da chegada do homem, que, com sua baixa estatura e seu cérebro poderoso, dominaria o reino animal.




Minha parada seguinte seria o Museu de Artes. Conheço bem, pelas minhas mãos, os deuses e as deusas esculpidos da antiga terra do Nilo. Já senti pelo tacto as cópias dos frisos do Paternon e a beleza rítmica do ataque dos guerreiros atenienses. As feições nodosas e barbadas de Homero me são caras, pois também ele conheceu a cegueira.

Assim, nesse meu segundo dia, tentaria sondar a alma do homem por meio de sua arte. Veria então o que conheci pelo tacto. Mais maravilhoso ainda, todo o magnífico mundo da pintura me seria apresentado. Mas eu poderia ter apenas uma impressão superficial. Dizem os pintores que, para se apreciar a arte, real e profundamente, é preciso educar o olhar. É preciso, pela experiência, avaliar o mérito das linhas, da composição, da forma e da cor. Se eu tivesse a visão, ficaria muito feliz por me entregar a um estudo tão fascinante.
À noite de meu segundo dia seria passada no teatro ou no cinema. Como gostaria de ver a figura fascinante de Hamlet ou o tempestuoso Falstaff no colorido cenário elisabetano! Não posso desfrutar da beleza do movimento rítmico senão numa esfera restricta ao toque de minhas mãos. Só posso imaginar vagamente a graça de uma bailarina, como Pavlova, embora conheça algo do prazer do ritmo, pois muitas vezes sinto o compasso da música vibrando através do piso. Imagino que o movimento cadenciado seja um dos espetáculos mais agradáveis do mundo. Entendi algo sobre isso, deslizando os dedos pelas linhas de um mármore esculpido; se essa graça estática pode ser tão encantadora, deve ser mesmo muito mais forte a emoção de ver a graça em movimento.
Na manhã seguinte, ávida por conhecer novos deleites, novas revelações de beleza, mais uma vez receberia a aurora. Hoje, o terceiro dia, passarei no mundo do trabalho, nos ambientes dos homens que tratam do negócio da vida. A cidade é o meu destino.
Primeiro, paro numa esquina movimentada, apenas olhando para as pessoas, tentando, por sua aparência, entender algo sobre seu dia-a-dia. Vejo sorrisos e fico feliz. Vejo uma séria determinação e me orgulho. Vejo o sofrimento e me compadeço.
Caminhando pela 5ª Avenida, em Nova York, deixo meu olhar vagar, sem se fixar em nenhum objeto em especial, vendo apenas um caleidoscópio fervilhando de cores. Tenho certeza de que o colorido dos vestidos das mulheres movendo-se na multidão deve ser uma cena espetacular, da qual eu nunca me cansaria. Mas talvez, se pudesse enxergar, eu seria como a maioria das mulheres – interessadas demais na moda para dar atenção ao esplendor das cores em meio à massa.
Da 5ª Avenida dou um giro pela cidade – vou aos bairros pobres, às fábricas, aos parques onde as crianças brincam. Viajo pelo mundo visitando os bairros estrangeiros. E meus olhos estão sempre bem abertos tanto para as cenas de felicidade quanto para as de tristeza, de modo que eu possa descobrir como as pessoas vivem e trabalham, e compreendê-las melhor.
Meu terceiro dia de visão está chegando ao fim. Talvez haja muitas atividades a que devesse dedicar as poucas horas restantes, mas aço que na noite desse último dia vou voltar depressa a um teatro e ver uma peça cômica, para poder apreciar as implicações da comédia no espírito humano.
À meia-noite, uma escuridão permanente outra vez se cerraria sobre mim. Claro, nesses três curtos dias eu não teria visto tudo que queria ver. Só quando as trevas descessem de novo é que me daria conta do quanto eu deixei de apreciar.
Talvez este resumo não se adapte ao programa que você faria se soubesse que estava prestes a perder a visão. Nas sei que, se encarasse esse destino, usaria seus olhos como nunca usara antes. Tudo quanto visse lhe pareceria novo. Seus olhos tocariam e abraçariam cada objeto que surgisse em seu campo visual. Então, finalmente, você veria de verdade, e um novo mundo de beleza se abriria para você.
Eu, que sou cega, posso dar uma sugestão àqueles que vêem: usem seus olhos como se amanhã fossem perder a visão. E o mesmo se aplica aos outros sentidos. Ouça a música das vozes, o canto dos pássaros, os possantes acordes de uma orquestra, como se amanhã fossem ficar surdos. Toquem cada objeto como se amanhã perdessem o tacto. Sintam o perfume das flores, saboreiem cada bocado, como se amanhã não mais sentissem aromas nem gostos. Usem ao máximo todos os sentidos; goze de todas as facetas do prazer e da beleza que o mundo lhes revela pelos vários meios de contacto fornecidos pela natureza. Mas, de todos os sentidos, estou certa de que a visão deve ser o mais delicioso.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

flor da pele... Inspiração

Eu simplesmente AMO essa música.

Tem alguns sons que me inspiram, e esse é um deles.

A cidade maravilhosa, conhecida por suas praias e calor de quarenta graus, está gelada.
E quando está frio, a gente fica mais quieto...
Hoje não trabalhei pois estou em quase férias. Férias em 1 matrícula.
Arrumo coisas, e cada roupa, cada peça uma história, uma foto.
Vou pegar minha caneca de chocolate e logo continuo...

sexta-feira, 3 de junho de 2011

AMOR- minha verdade




Vivo correndo, não um correr para manter a forma, mas um correr para manter a vida.
Mas, dentro dessa correria, ao olhar pela janela do ônibus, olhando através do vidro, a vida passar lá fora, tive a impressão de tentar voltar no tempo... 
E lá fora, já não era a paisagem, mas eu mesma há anos atrás.



Embora a forma, mais jovem e inocente fosse a minha, não me reconheci em minhas atitudes.
Aquela não sou eu - pensei...
E desde então, quando no meio da correria, me sobram lacunas de tempo, volto a refletir.
Hoje pensei na vida e no amor.
Relembrei minhas antigas concepções para aquilo que eu tinha como verdades.
E agora sei, como as verdades podem ser relativas.
Pois àquela verdade de antes, não é minha verdade de hoje.


Se cresci, amadureci ou envelheci não sei... Talvez tudo junto. Mas não consigo mais deixar reencarnar  meu antigo eu, nem por um instante.Não lamento a dor e o amor, ou melhor, não lamento minhas antigas considerações, do ponto de vista de que isso me deprime e me impede de andar, Não. 
Mas fico triste, por ter perdido infinitas horas da vida em uma concepção de amor, que hoje encaro como tola. Dói como uma pontada fina, o erro das escolhas, e suas conseqüências...
Acabei de lembrar das figurinhas brilhantes "Amar é..." e uma definição para o amor...



Hoje tenho uma visão diferente de tudo isso...
Amor, HOJE, pra mim, significa paz, participação, amizade, vontade de ver outro se dar bem,  respeito, acima de tudo, RESPEITO, conversa, muita conversa, filosofia, boas discussões a respeito de diferentes pontos de vista, 
Tem quem pense ou diga ou ria, achando que isso não seria um amor, mas amizade. E que essa forma de descrever o amor, é fria, recalcada, desiludida.
Como eu disse, tudo é relativo, e as verdades também são.
Já vivi a expressão do amor, em forma de lágrimas, tensão, desespero, conflito,
já gritei, esperneei (literalmente), chorei até quase as lágrimas acabarem, e a isso chamava amor.
Era como nomeava essa instabilidade enlouquecida de sofrimento e paixão.
Certamente a cor era vermelha.

Hoje, em minha verdade atual, estou mais pro azul do mar, pro verde da montanha... 
tem quem prefira as tempestades das aventuras, do estar e não estar, das incertezas, das paixões... 
Certamente, tem suas motivações...

Hoje eu quero é a conversa boa, do papo maduro que vara a madrugada.
O café da manhã  gostoso, quentinho, com a paz e o sossego da noite bem dormida.
O passeio na praia, quando o sol se despede, água de coco...
silêncio conjugado mas certo da presença...
Cada um com seu livro, respeitando os gostos, o olhar cúmplice...
Final de semana ouvindo uma música...
Paz de verdade...


Parece coisa de gente idosa? Talvez...
Um pouco de nostalgia, outono, inverno?
Quem sabe...
Talvez um outono com uma brisa que balança as cortinas, faz tocar os sininhos da varanda e convida para um chá a dois...

Inverno rigoroso abraçadinho, debaixo das cobertas assistindo um bom filme, com chocolate quente esquentando as mãos e o corpo... O coração parece bem aquecido...
Mas é essa minha realidade, minha verdade.
Pode ser que daqui a algum tempo essa não seja mais a minha verdade, porém HOJE, amor pra mim tem tudo a ver com paz.




Tommy Reeve - Sorry

Tommy Reeve - Sorry