sexta-feira, 3 de junho de 2011

AMOR- minha verdade




Vivo correndo, não um correr para manter a forma, mas um correr para manter a vida.
Mas, dentro dessa correria, ao olhar pela janela do ônibus, olhando através do vidro, a vida passar lá fora, tive a impressão de tentar voltar no tempo... 
E lá fora, já não era a paisagem, mas eu mesma há anos atrás.



Embora a forma, mais jovem e inocente fosse a minha, não me reconheci em minhas atitudes.
Aquela não sou eu - pensei...
E desde então, quando no meio da correria, me sobram lacunas de tempo, volto a refletir.
Hoje pensei na vida e no amor.
Relembrei minhas antigas concepções para aquilo que eu tinha como verdades.
E agora sei, como as verdades podem ser relativas.
Pois àquela verdade de antes, não é minha verdade de hoje.


Se cresci, amadureci ou envelheci não sei... Talvez tudo junto. Mas não consigo mais deixar reencarnar  meu antigo eu, nem por um instante.Não lamento a dor e o amor, ou melhor, não lamento minhas antigas considerações, do ponto de vista de que isso me deprime e me impede de andar, Não. 
Mas fico triste, por ter perdido infinitas horas da vida em uma concepção de amor, que hoje encaro como tola. Dói como uma pontada fina, o erro das escolhas, e suas conseqüências...
Acabei de lembrar das figurinhas brilhantes "Amar é..." e uma definição para o amor...



Hoje tenho uma visão diferente de tudo isso...
Amor, HOJE, pra mim, significa paz, participação, amizade, vontade de ver outro se dar bem,  respeito, acima de tudo, RESPEITO, conversa, muita conversa, filosofia, boas discussões a respeito de diferentes pontos de vista, 
Tem quem pense ou diga ou ria, achando que isso não seria um amor, mas amizade. E que essa forma de descrever o amor, é fria, recalcada, desiludida.
Como eu disse, tudo é relativo, e as verdades também são.
Já vivi a expressão do amor, em forma de lágrimas, tensão, desespero, conflito,
já gritei, esperneei (literalmente), chorei até quase as lágrimas acabarem, e a isso chamava amor.
Era como nomeava essa instabilidade enlouquecida de sofrimento e paixão.
Certamente a cor era vermelha.

Hoje, em minha verdade atual, estou mais pro azul do mar, pro verde da montanha... 
tem quem prefira as tempestades das aventuras, do estar e não estar, das incertezas, das paixões... 
Certamente, tem suas motivações...

Hoje eu quero é a conversa boa, do papo maduro que vara a madrugada.
O café da manhã  gostoso, quentinho, com a paz e o sossego da noite bem dormida.
O passeio na praia, quando o sol se despede, água de coco...
silêncio conjugado mas certo da presença...
Cada um com seu livro, respeitando os gostos, o olhar cúmplice...
Final de semana ouvindo uma música...
Paz de verdade...


Parece coisa de gente idosa? Talvez...
Um pouco de nostalgia, outono, inverno?
Quem sabe...
Talvez um outono com uma brisa que balança as cortinas, faz tocar os sininhos da varanda e convida para um chá a dois...

Inverno rigoroso abraçadinho, debaixo das cobertas assistindo um bom filme, com chocolate quente esquentando as mãos e o corpo... O coração parece bem aquecido...
Mas é essa minha realidade, minha verdade.
Pode ser que daqui a algum tempo essa não seja mais a minha verdade, porém HOJE, amor pra mim tem tudo a ver com paz.




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