segunda-feira, 5 de março de 2012

Túnel do tempo - um jeito de sentir saudade

Basta uma palavra pra acionar todo o pensamento, que busca nos labirintos da alma, cenas , músicas, sons, cheiros e páginas e mais páginas de um tempo bom...

Pessoas que somem, eu que desapareço, contatos e telefones perdidos por negligência, trabalho, loucura.
Pois em esquisitices da personalidade, somadas ao tempo que não perdoa, vamos adicionando perdas consideráveis.

Barulhos que fazem falta... Uma juventude composta de boas músicas, alegrias, abraços e  calor faz a vida ter sabores, vibrações, emoções. Risadas pelos cantos, brilho no olho...

Quero estender meu braço e tocar de leve todas as emoções que um dia vivi. Mas não alcanço, há nevoas, distância, rios e mares entre aquilo que me encanta e a realidade.

Realidade: Pessoas mudam, como tudo que há neste mundo. Nossa peregrinação na terra é feita em ciclos, tudo se dá em mudanças.  Se as memórias e as emoções causadas por elas não chicoteasse minha paz solitária, certamente não sentiria o nó grosso entalado na garganta.

Não culpo totalmente o destino, culpo minha estagnação, minhas pirações, meu egoísmo de simplesmente viver em esperas. Pois as teorias belas em seus conceitos não foram suficientes para me fazer caminhar e procurar aqueles que o tempo, e não a vida, levou...

Resgato em memórias dias e semanas inteiras, na capacidade humana e sofredora de trazer recordações à superfície. Se em instantes, a culpa me sufoca como um afogamento desesperado,  em outros momentos a nostalgia me aponta que tudo se vai na simplicidade de uma brisa da tarde, um vento outonal que balança as cortinas da sala e arrepia a pele.

Neste desequilíbrio tão humano de saudade, culpa e desculpa, surgem as ondas que vão e vem em forma de pensamento, o coração desaba e alma se derrama.

Estou sentindo falta da presença, da fala, do riso e abraços de um monte de gente que amo, mas que não são mais quem foram. Não penso nisso como uma coisa má, pois também não sou mais a mesma. Sofremos os efeitos do tempo, desgastamos, e tomamos novas formas e novos  rumos.

Seguimos a vida, um tanto quanto conformados nesta tese de mudança, até que um cheiro, uma música, uma foto nos arrebata em um túnel do tempo, em uma volta ao passado que valeu viver, e na realidade, a emoção despenca.

Saudade, saudade doída de um monte de gente...

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