Vi hoje, uma das cenas mais fortes da minha vida.
As crianças saem as 17, lá na Creche, mas as mães começam a buscar as 16:30.
A mãe de M. nunca fora muito responsável. Ele é especial, e ela não o trata como devia, não leva a médicos... Hoje , neste frio, nem casaco ela levou.
logo cedo, as meninas me chamaram, pois ele chorava muito. Ele não costuma chorar, só sai lágrimas. Hoje ele chorou alto. era fome.
17:30, 18:00 - nada. Nada de mãe.
desesperada, eu e N. -auxiliar da Creche, sozinhas na Creche, ligamos para uma educadora, para saber se conhecia alguém da família. Ela foi a casa da mãe. nada.
Recorremos ao serviço social, do andar de baixo, e Z. foi conosco num tour pelo escuro morro a procura do end. da avó. desce escada, sobe escada, desce beco, entra em beco. Achamos.
A avó abriu, e pediu pra entrarmos,. lá estava ela, com a outra neta, pequeninina de dois meses, a pequena no carrinho, tinha ao lado a mamadeira cheia de um líquido encardido.
A avó dava a pequena água misturado com farinha.
Senti uma tristeza grande. Ainda sinto. M. ficou com a avó, e Deus sabe quando comerá de novo.
sabia que existia a fome, mas nunca a tinha olhado de tão perto. cortou meu coração. a imagem não sai de diante dos meus olhos.
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