Depois de algum tempo na peregrinação desta vida, pude entender o quão errados estamos acerca de nós mesmos quando pensamos em verdades absolutas. Eu não sou, eu estou. Não posso negar, quantas de mim já surgiram, e como sempre me surpreendo ao olhar para trás. É como se visse de fora, uma outra mulher, muito diferente da que sou. Minhas verdades de hoje, já não são as de ontem, embora eu as defendesse com a própria vida.
Somos criados e educados para sermos um tipo de pessoa, sofremos os medos e anseios daqueles que por nos querer bem, e achar que o certo são seus pensamentos, nos catequizam ou minam a naturalidade de nossas almas. Somos expostos desde pequenos à times, religiões, conceitos, preconceitos que nos determinam, ainda que as famílias acreditam estar tendo as melhores intenções. E assim crescemos nos forjando, mascarando, matando a beleza da criatividade e do livre arbítrio que fingem nos proporcionar.
Não são poucas as histórias com final infeliz que têm em seu enredo uma teia de dominação das famílias, maridos, esposas, chefes... Histórias que terminam em suicídio ou homicídio, se não literal, da própria alma. Como se as vendesse em troca de um mundo cômodo e sombrio, mas que no entanto, não levantasse poeira, afinal mudar traz tornados, sacrifícios. Pensam que é melhor , a escuridão quieta, que a luz após o temporal. Um temporal pode devastar, é verdade...
Pessoas que sorriem , e andam como se estivessem bem, mas que levam em seus ombros uma tonelada de tristeza. Psicologicamente arruinados, não conseguem ver a luz no fim do túnel. Não conseguem sair. A liberdade é como um conto de fadas, uma música cantada em um idioma que não se conhece.
Você é mesmo você, fruto real de suas escolhas, de seus desejos? Você está onde quer, porque desejou este lugar, ciente de seus ônus e bônus? Há paz em sua alma, ao se deitar e levantar? Não há mal em errar, desde que tenham sido erros provenientes da escolha que realmente fizemos. Porque deveríamos pagar as consequencias em nossa própria pele, por um erro que cometemos por ordem de outros? Quando daqui partirmos, não estaremos a sós diante do mistério da eternidade? Poderemos pegar pela mão àqueles que convivivemos, e implorar que venham conosco? Será que nesta hora perceberemos o quanto não aproveitamos do lívre arbítrio a nós concedido?
De fato, as pessoas que nos olham , criticam, ou aconselham não têm a menor ideia de quem realmente somos. Nossos segredos, ideais, vontades, loucuras,sonhos e fobias... Sorrimos, conversamos, mas por dentro, somos realmente quem as pessoas acham que somos?
E você, se conhece? Quando se olha no espelho, tem certeza de quem verdadeiramente é? Seus pés pisam onde você desejou, ou não?
Durante anos menti pra mim, estando onde não queria estar, visitando quem não queria, fazendo as coisas para suprir a vontade alheia, para agradar. Me escondi de mim de tal forma, que já não me achava mais. Na época, acreditava que este sacrifício era normal. . Conflitos existem sim, e são eles que nos fazem crescer.
É pensando que mudamos, fazemos novas escolhas, reformulamos, desconstruímos, reconstruímos, derrubamos e realizamos; Vale a pena escarafunchar a alma para ver como ela anda e fazer uma faxina profunda.
A vida é um presente, pra gente ser feliz . Pelo menos temos que procurar. Mas há que se haver sonho, é preciso que aconteça o desejo, a busca, a direção... Ir pelo caminho que o outro quer que você vá, só faz com que a escuridão aumente. Pra quê? Porque deixar-se conduzir assim? Quem te quer bem, esta do seu lado, te ama como você é, com suas imperfeições, limites e belezas peculiares, talentos preciosos...
Somos tão especiais, cada um com sua digital e sua beleza própria. Cada um de nós, com um potencial imenso pra ser feliz!
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