É preciso sobrevivência para ter coragem de se entregar a vida. Permitir ao corpo ser levado ao encontro do desconhecido. Deixar os medos, os receios, preconceitos e principalmente bagagens pesadas. As tais malas sobrecarregadas de rancor , magoa, raiva, arrependimento e amores não correspondidos. Malas sem alças, que vamos arrastando pelo caminho. Amarramos na barriga, costas, cabeça. Amarramos pelos pés. Cada passo causa mais dor. A gente tropeça, cai, anda tão devagar que é melhor parar. Sentar, trocar os pesos de lugar.
Acho que quando a gente resolve desfazer dos pesos, largar as malas que queimam nossos ombros, o andar se torna leve e as feridas ficam cada vez mais para trás.
Desapegar dói.
Tem hora que a gente se sente abandonado pois a vida ta leve e os pesos se tornaram companhia.
Eu particularmente estou exercitando ir largarndo minhas bagagens. Deixo uma bolsinha aqui,outra mochila ali e devagar vou tirando o peso. Minhas costas doem demais e seria uma mentira eu afirmar minha liberdade. Só que eu já quero me livrar e sei que isso é um passo bom e importante.
Quero sim me livrar destes pesos mortos. Dessas memórias que fazem doer a alma e chorar meus olhos. Eu quero andar, quero correr....
Sei que por um tempo sentirei saudade do andar arqueado, da cabeça dolorida pois infelizmenfe somos seres capazes de nos adaptar a dor.
No entanto, ja doeu mais que eu possa dar conta. Sei que com a vida me levando,sofrerei decepções, desamores mas também vou ter perna pra um sambinha.
Vida leva eu...
E a gente vai vendo como fica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário