segunda-feira, 26 de junho de 2017

Motivos pra Depressão - TAG- A Festa que não aconteceu


OI.



 Os Culpados



Como começar esse texto? Parece Adão culpando Eva, e Eva a Cobra, e no final a Cobra era o Diabo.
Não exite culpados. Isso é balela, culpar alguém, alguma coisa.
Somos responsáveis por nossos atos, e se não aos atos,  por nossas expectativas. Ressalvo antes das críticas que é claro que não me refiro a crimes , para isso certamente há culpados, que devem inclusive receber sua pena legalmente.
Aqui,quando falo sobre culpa, estou falando das expectativas sobre amores que não sobrevivem, frustrações, decepções, essas coisas subjetivas que temos a tendência quase natural de culpar o outro.
Cada um é cada um, não podemos culpar o namorado por ele ser um cara frio, pela mãe não ser carinhosa, pelo amigo preferir sair com o outro amigo, pelo patrão ter mais afinidade com um funcionário, "Estou assim porque meu pai preferia conversar com minha irmã...", essas coisas...
Mas, teoria é bonita, me acho muito madura escrevendo isso aqui, de fato o que está escrito é verdade. Mas de novo é a teoria. No dia a dia ter essa consciência, clicar o delete no coração, não é tão fácil assim. Como poderia ser... Seria uma vida tão mais saudável.

2017- A Lista


Sempre gostei de listas para começar o ano. Sempre fiz, mas de uns anos pra cá fiquei um pouco desanimada, porque com 37,38, 39, 40 já dava pra sentir que repetia muita coisa. Outras coisas de tanto repetir, até que consegui. Soube relendo meus cadernos, confesso que deu até um orgulhinho....
mas isso foi agora, há dias atrás. 


No final do ano de 2016, cansada de tantas frustrações generalizadas, numa crise, que diziam ser a crise dos 40 (quem dera), desisti da lista de caderninho e agenda. Resolvi  ter um único item, e faria uma lista que viria em consequência deste item. Consegui realizar um , e foi maravilhoso. 

No erro de pensar demais, a vida toda, e pensar cada vez mais aceleradamente (TAG), cheguei a conclusão que a vida material era mesmo superficial, e desejei do fundo do meu coração, resgatar os meus grandes amigos,. Trabalhei muito em 2016, no meu trabalho formal e em extras, fazendo muitas coisas afim de aumentar o troco. Aumenta o trabalho, diminui o tempo. Na verdade era uma fuga da qual eu não tinha ainda noção. Era a depressão já consumindo minhas madrugadas . Eu não queria um tempinho de sobra, eu não tinha segundos. 
Aos finais de semana, ia cheia de malas para casa do meu namorado ( e provavelmente colocarei a culpa nele por não compreender). Ele fica mesmo p da vida, pois eu não parava um segundo. Se de segunda a sexta até as 17 eu tinha meu trabalho na creche, Assim que chegava em casa, eu tinha os trabalhos domésticos, e na madrugada meus brindes, cadernos, e somente minha mãe dizia: Você está trabalhando demais, isso não é bom.
Eu dizia que era minha terapia; E talvez fosse, a terapia pra não pirar de uma vez só; ----------------------------

Enfim, o fato é que eu resolvi que nada material me traria retorno que abrandaria o vazio interior. A vida precisava de mais sentido que viver como um ratinho em uma gaiola, ou um cãozinho adestrado. Eu queria gente, gente amiga por perto, desejei reconciliar o tempo perdido, aos poucos, com os poucos mas valiosos.

Meu namorado havia me ajudado a melhorar minha casa. Estava com piso novo, pintadinha, eu estava feliz com isso, queria compartilhar. Tinha tudo a ver com meus planos. Não que a casa não pudesse receber meus amigos antes, mas eu estava contente que a decisão tinha calhado justo na hora que a casa estava arrumadinha. Nada demais, apenas pintada e piso novo;

Eu queria minha casa cheia de amigos. estilo a série americana Friends, mas que acontece na realidade em tantas casas. Amigos de verdade, filminho,papo a toa, geladeira à disposição, dormir por aqui quando ficasse tarde. Temos tantas comemorações e celebrações a realizar nesta vida: promoções, aniversários, aniversários de namoro, de divórcio, festas culturais. celebrar o frio, churrascos, caldos, futebol, dar moral aos amigos que perderam um amor.... Não é isso que faz sentido? Colocar nova música, brigar por quem será o DJ da noite? Passar um domingo na piscina...

Essa era uma decisão muito importante pra mim. Quem me conhece sabe que minha casa sempre foi mais ou menos vazia, talvez sequelas do casamento de 13 anos, nas quais qualquer festa terminava mal por conta do ex marido que bebia para muito além da conta, estragando qualquer possibilidade de alegria. Acho então, que depois que o casamento terminou ficou esta sequela. Não importa, eu queria transformar coisas ruins em boas.

Poxa, tem tanta gente que eu gosto muito, que são companhias lindas. Decidi que era o que eu queria. E o primeiro encontro no inicio de janeiro foi tudo. Claro, quem não recebe gente não tem muitas coisas ,,,, Fui pro Centro da Cidade, pensei em copinhos, taças, ´pratinhos, tudo que combinasse... 

Esse primeiro encontro foi para os amigos de infância, e foi lindo... Um dia recheado de bons papos, minha cozinha repleta de gente, meu sofá com bolsas desconhecidas. Meu quarto com amigas revelando segredos pois há muito não se viam. Eu não queria que ninguém fosse embora. Foi lindo!





A Festa que Não Aconteceu
e me derrubou

Esse é uma fato que realmente me coloca nua. Que me expõe e me dói mais falar disso, do que revelar as dores dos amores, das decepções que tive. Não sei porque dói tanto... E por isso escrevo, pra olhar de fora, para tentar entender porque algumas coisas não estão passando, tal como a morte trágica da Marinalva. 

Em janeiro trabalho, não tenho férias em janeiro, e na creche trabalho com servidores concursados e terceirizados. A maior parte dos terceirizados não têm férias em janeiro também. No caso, em janeiro de 2017 eram seis mulheres que trabalharam também. 

Na verdade, as duas primeiras duas semanas foram ótimas, mesmo porque tenho/tinha intimidade com minha equipe. No entanto achava chato que enquanto as concursadas postavam as fotos de suas férias, as meninas trabalhavam muito. 

Eu estava muito empolgada com o ano letivo de 2017, apesar dos pesares que extrapolavam nossa vontade, problemas de violência na comunidade. E trabalhamos com um plano anual bonito, e como elas estavam lá, tentamos adiantar o máximo possível para fevereiro, quando a criançada chegaria. E elas se dedicaram em lindos trabalhos, arrumando as salas, e preparando tudo... 

Como fazia parte do meu , grifo meu, investir em relações, desejei fazer pra elas uma festa na minha casa. Combinamos desde o inicio de janeiro, marcando evento no face, essas coisas. O evento seria no final de janeiro, quase no final das férias das crianças. Apesar do trabalho grande que todas nós estávamos vivendo, parecia que estávamos felizes. 

Durante os dias anteriores, e empolgada pelo sucesso da minha festa anterior, preparei algumas coisas especiais. As duas últimas semanas de janeiro, foram corridas, pois eu estava em curso na minha coordenadoria, e não sei se alguma coisa aconteceu na minha ausência que as entristeceu. Mas estava combinado e nos comunicávamos pelo face e pelo zap.

Estranho, eu tenho vontade de acelerar o teclado, correr com as palavras para terminar logo este post. Enfim, o dia esperado chegou. Nos falamos pelo zap no dia anterior... No dia D foi de muita correira pra mim, pois a  reunião acabou mais ou menos as 14 e eu tinha marcado as 16. Até pedi que quem pudesse viesse sem filhos porque estava verão eo sol durava até as 19:30 e daria para elas curtirem um pouco a piscina sem preocupações com os pequenos, mas se não conseguisse que trouxessem seus pequenos.

Cheguei em casa e acelerei o que não tinha feito na madrugada.
As 16 não chegou ninguém, mas achei normal.  As 17 comecei a fritar os salgadinhos. chegariam com fome... As 18 comecei a ficar preocupada, mas não liguei para pressionar . AS 19 recebi um zap, da funcionária mais nova da unidade, e a que deveria ter menos intimidade. Ela escreveu: "Rute, ninguém vai não". Respondi "Obrigada por avisar."

Na hora não senti nada. Mecanicamente comecei a dobrar as mesinhas e cadeiras que havia alugado, guardei os salgados no congelador e passei algumas horas desfazendo o que seria um encontro. Dormi sem sentir nada.

Não liguei pra ninguém. Não questionei. Acho que era uma sexta , sei que um desânimo forte me abateu no dia que teria que ir a creche. Agi quase normal, com bom dia e fui fazer meu trabalho. Aconteceu algo comigo nesse evento que ainda não sei explicar. Talvez orgulho ferido. chateação, achar falta de consideração não avisarem antes... Talvez isso se juntou a tudo aquilo que já estava me comendo por dentro e foi a gota dagua; 



O que percebi é que eu mudei, e as coisas externas que não posso escrever aqui continuaram acontecendo.

O fato é que ainda dói, e eu não queria que doesse; Como eu disse no inicio, não posso culpar absolutamente ninguém pelas frustrações das minhas expectativas. Não há culpados. Cada um deve ter seu motivo, e as coisas acontecem. 

Foi aprendizado para mim, claro, de uma forma ou de outra. 
A única merda que não entendo é porque mesmo sabendo que não há culpados, ainda dói. 

Eu era capaz de enfrentar as coisas que aconteciam do lado de fora dos portões porque do lado de dentro sempre foi meu paraíso; e eu não estou falando de dez meses, mas de dez anos de resiliência, de situações extremas vencidas com coragem e amor, e olha só o que fez doer meu coração?

Terapeuta, essa questão é toda sua...

Sei que abortei o plano das relações, de me aproximar, quem sabe por medo de uma nova frustração? A coisa iniciou um processo inverso, e ficou tudo muito confuso... Não estou correndo atrás de bens materiais, porque as relações humanas sempre foram minha grande paixão... Agora, prefiro a companhia dos meus pets e ficar sozinha com livros, ou nem eles.... 

Eu simplesmente não entendo essa dor que não passa, e que me destruiu. Claro, como escrevi são os novelos que se juntam e formam uma grande colcha, mas essa tecla é uma daquelas que tocam alto. Certamente. não é a única.

Não é um texto limpo, é confuso, e tenho noção disso. mas é exatamente como me encontro.



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