OI.
Os Culpados
Não exite culpados. Isso é balela, culpar alguém, alguma coisa.
Somos responsáveis por nossos atos, e se não aos atos, por nossas expectativas. Ressalvo antes das críticas que é claro que não me refiro a crimes , para isso certamente há culpados, que devem inclusive receber sua pena legalmente.
Aqui,quando falo sobre culpa, estou falando das expectativas sobre amores que não sobrevivem, frustrações, decepções, essas coisas subjetivas que temos a tendência quase natural de culpar o outro.
Cada um é cada um, não podemos culpar o namorado por ele ser um cara frio, pela mãe não ser carinhosa, pelo amigo preferir sair com o outro amigo, pelo patrão ter mais afinidade com um funcionário, "Estou assim porque meu pai preferia conversar com minha irmã...", essas coisas...
Mas, teoria é bonita, me acho muito madura escrevendo isso aqui, de fato o que está escrito é verdade. Mas de novo é a teoria. No dia a dia ter essa consciência, clicar o delete no coração, não é tão fácil assim. Como poderia ser... Seria uma vida tão mais saudável.
2017- A Lista
Sempre gostei de listas para começar o ano. Sempre fiz, mas de uns anos pra cá fiquei um pouco desanimada, porque com 37,38, 39, 40 já dava pra sentir que repetia muita coisa. Outras coisas de tanto repetir, até que consegui. Soube relendo meus cadernos, confesso que deu até um orgulhinho....
mas isso foi agora, há dias atrás.
No final do ano de 2016, cansada de tantas frustrações generalizadas, numa crise, que diziam ser a crise dos 40 (quem dera), desisti da lista de caderninho e agenda. Resolvi ter um único item, e faria uma lista que viria em consequência deste item. Consegui realizar um , e foi maravilhoso.
No erro de pensar demais, a vida toda, e pensar cada vez mais aceleradamente (TAG), cheguei a conclusão que a vida material era mesmo superficial, e desejei do fundo do meu coração, resgatar os meus grandes amigos,. Trabalhei muito em 2016, no meu trabalho formal e em extras, fazendo muitas coisas afim de aumentar o troco. Aumenta o trabalho, diminui o tempo. Na verdade era uma fuga da qual eu não tinha ainda noção. Era a depressão já consumindo minhas madrugadas . Eu não queria um tempinho de sobra, eu não tinha segundos.
Aos finais de semana, ia cheia de malas para casa do meu namorado ( e provavelmente colocarei a culpa nele por não compreender). Ele fica mesmo p da vida, pois eu não parava um segundo. Se de segunda a sexta até as 17 eu tinha meu trabalho na creche, Assim que chegava em casa, eu tinha os trabalhos domésticos, e na madrugada meus brindes, cadernos, e somente minha mãe dizia: Você está trabalhando demais, isso não é bom.
Eu dizia que era minha terapia; E talvez fosse, a terapia pra não pirar de uma vez só; ----------------------------
Enfim, o fato é que eu resolvi que nada material me traria retorno que abrandaria o vazio interior. A vida precisava de mais sentido que viver como um ratinho em uma gaiola, ou um cãozinho adestrado. Eu queria gente, gente amiga por perto, desejei reconciliar o tempo perdido, aos poucos, com os poucos mas valiosos.
Meu namorado havia me ajudado a melhorar minha casa. Estava com piso novo, pintadinha, eu estava feliz com isso, queria compartilhar. Tinha tudo a ver com meus planos. Não que a casa não pudesse receber meus amigos antes, mas eu estava contente que a decisão tinha calhado justo na hora que a casa estava arrumadinha. Nada demais, apenas pintada e piso novo;
Eu queria minha casa cheia de amigos. estilo a série americana Friends, mas que acontece na realidade em tantas casas. Amigos de verdade, filminho,papo a toa, geladeira à disposição, dormir por aqui quando ficasse tarde. Temos tantas comemorações e celebrações a realizar nesta vida: promoções, aniversários, aniversários de namoro, de divórcio, festas culturais. celebrar o frio, churrascos, caldos, futebol, dar moral aos amigos que perderam um amor.... Não é isso que faz sentido? Colocar nova música, brigar por quem será o DJ da noite? Passar um domingo na piscina...
Essa era uma decisão muito importante pra mim. Quem me conhece sabe que minha casa sempre foi mais ou menos vazia, talvez sequelas do casamento de 13 anos, nas quais qualquer festa terminava mal por conta do ex marido que bebia para muito além da conta, estragando qualquer possibilidade de alegria. Acho então, que depois que o casamento terminou ficou esta sequela. Não importa, eu queria transformar coisas ruins em boas.
Poxa, tem tanta gente que eu gosto muito, que são companhias lindas. Decidi que era o que eu queria. E o primeiro encontro no inicio de janeiro foi tudo. Claro, quem não recebe gente não tem muitas coisas ,,,, Fui pro Centro da Cidade, pensei em copinhos, taças, ´pratinhos, tudo que combinasse...
Esse primeiro encontro foi para os amigos de infância, e foi lindo... Um dia recheado de bons papos, minha cozinha repleta de gente, meu sofá com bolsas desconhecidas. Meu quarto com amigas revelando segredos pois há muito não se viam. Eu não queria que ninguém fosse embora. Foi lindo!
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