domingo, 1 de janeiro de 2012

dois mil e doze

Quantos buracos cabem na alma?
O quanto nosso coração pode ser ultrapassado?
Porque não importa qual a data em que estamos, ou tempo que respeite nossa sobriedade,
Somos surpreendidos pelos rombos.
A dor é física, real, machuca...
Não há a quem culpar.
E não tenho  terapeutas de plantão.
Mais uma vez sou obrigada a manter esse nó grosso que entala na minha garganta
E sufoca minha respiração.
Mais uma vez, recorro as palavras para me trazerem algum consolo.
A vida é um acúmulo de perdas, apesar dos ganhos.
É preciso enumerar as graças, para que as desgraças não sobressaiam.
Hoje foi um dia peculiarmente difícil, apesar da data festiva.
Nos detalhes que minha memória reconstitui, só vejo
 um imenso buraco no peito , que entrou rasgando a pele,e
se aprofundando carne a dentro.
Não há dor que o tempo não cure, dando espaço para novas alegrias e dores.
No momento, meu coração bate na boca por constatar que sou frágil
Apesar de precisar ser forte.
Me assusta essa vida de surpresas, que nos tira o chão e desequilibra.
Dias como esse, me lembram a infância, quando me apavorava o poder dos trovões, e me escondia nos braços de meus pais.  Hoje choveu forte na minha vida, com muitos raios e trovões, e estou assustada .
Levarei mais este buraco.
Tamparei com a peneira até que pare de doer.
Escrever alivia essa  tristeza.
Mais sorte, mais alegria, paz e bonança em 2012.
(escrito às 1:20 de 01/01/2012)

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