sexta-feira, 30 de maio de 2008

e o social


Meu trabalho me dá a oportunidade de lidar com pontos expressivos da vida todos os dias.

Trabalho em uma comunidade e tenho a direção deste trabalho na área de educação.

E lá, vejo mães, mulheres trabalhadoras que deixam seus filhos com dor no coração. Vejo também crianças sendo deixadas por suas mães, que simplesmente deixam seus filhos e voltam para suas camas, em alguns momentos é possível vê-las bebendo durante o dia, enquanto aos pequenos é negado o direito ao aconchego dos braços, do calor da mãe que lhes é devido.


Por melhor intenção e serviço que tenham as auxiliares que cuidam destes bebês e crianças, não é possível dar-lhes o colo, o afeto, a atenção de que necessitam.

As vezes quando paro ,canto para eles, e os menores, abrem um sorriso, e batem palamas, como se a melhor coisa lhes tivesse acontecendo.


O que será destes seres humanos que nem tão pequenos tem o amor natural e necessario, que até os animais irracionais não negam aos seus?


Lamento pelas mães que choram, mas precisam de trabalhar. Mas, o que dizer, às que sem motivo os deixam lá? Julgar é complicado, por que as vezes, até a comida falta na casa daquelas que conceberam. Mas, então, por que conceberam? Por que não houve política social que as alertasse? Complicado... Muito complicado.

Sei que a todo dia, uma nova mulher aparece lá com um barrigão levando no colo um pequeno, algumas vezes xingando, impacientes,aqueles pequenos que com suas perninhas curtas não conseguem andar no passo apressado da mãe.


Vejo de tudo.

Vejo também o desespero quando a polícia por ali passa, o helicoptero que mais parece um monstro voador dando rasante, e levantando o telhado das casas, a procura de marginais e tantas vezes, tirando a vida de inocentes, ou trabalhadores.


Complicado.


Quero fazer o meu trabalho, e deixar marcas positivas, deixar um rastro de trabalho feito com dignidade, com amor, e seriedade.


Lido com vidas, principalmente vidas pequenas.

Vidas que dão energia e me rejuvenece. Por que não há tristesa que um sorriso daqueles pequenos não dissipe.


Espero melhorar.

Tem muita coisa que ainda não compreendo, que ainda não sei.

Espero, que de alguma forma, possa contribuir para um mundo melhor.

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