Acordei há uns dez minutos, me aconcheguei na cama, como se fosse retornar ao sono . Despertei para o domingo que se esconde por trás das minhas cortinas fechadas; ele está lá fora esperando que eu levante para a vida.
Eu gosto de domingo, mas não foi sempre assim.
Passado fica, mas é bom espiarmos o que nos machucou e fez crescer. É bom lembrar que a superação é possível, e que o sol costuma voltar, mesmo depois das maiores tempestades.
Não me incomoda falar para o mundo , expor algumas de minhas misérias superadas, e que irremediavelmente marcaram minha vida pra sempre.
Hoje é domingo, e a paz em mim é completa. Acordei com meu filho ao meu lado, e me alegra saber que ele terá um dia feliz.
Dramas e tragédias acontecem na vida das pessoas: dentro de seus lares acontecem as dores da alma, e quem de fora contempla o edifício bem montado, as cortinas belas e a música que sai de lá, não imagina o texto e o contexto, as linhas e a música verdadeiras.
Há tempos em que o som que toca na rua, ou que ouvimos no carro ou até na balada é rock, é samba, mas dentro do corpo, no sangue, correndo nas veias a melancolia é a nota solitária, que ainda sendo sussurro, abafa qualquer alegria.
Em meu lar, temia os domingos e a alma atormentada, monitorava os segundos das horas eternas. Tinha medo, inquietação de alma, respostas que a juventude não me dava, e eu não tinha coragem de perguntar a ninguém.
A dor era o meu segredo, pois o sorriso sempre me acompanhou. Dom meu. A alma explodia, o nó dilacerava a garganta, mas meu sorriso permanecia. Por dentro, esvaziamento.
A gente confunde, erra, pensa que é amor. Esse texto conta a minha história, de um tempo longo ,de uma parceria que não deu certo e me cegou para as demais belezas da vida... a preocupação com o próximo instante , o medo tão forte que perdeu a razão de ser.
Temia os meus domingos. Neste temor, por um tempo me esqueci.
São os desencontros inerentes à passagem nesta vida breve... Nossa peregrinação não vem com manual de instrução, no entanto, adversidades tem o poder de nos transformar em fênix.
Alguém pode perguntar sobre os outros seis dias da semana: eles eram abafados pela correria dos trabalhos , da pressa , da falta de tempo para reflexão. Domingo era o dia do nada, que a pressa não tinha de quê se apressar, e os segundos se arrastavam numa tristeza fina. Quem pela rua passasse, e ouvisse o som do rádio, o cheiro que a comida exalava, nem de longe imaginava o universo interior de quem na casa estava.
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Contei aqui alguns retalhos de uma vida a dois. Sou orgulhosa por ter vencido minhas limitações e superado meus medos. Sou hoje, uma mulher melhor.
Ainda estou deitada, em paz,
e apesar do dia lá fora estar nublado, sou sol.
Acho que chove... logo tomarei meu café e encararei este dia.
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Sobre a música, há uma suave tocando dentro de mim.
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Falo de paz, pois a conheço e vivi seu avesso.
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Domingo, segunda, terça, quarta, quinta, sexta e sábado de bem com vida, dona de mim, sorrindo por dentro e pronta para encarar a vida.
Dias difíceis fazem parte, mas não podem ser eternos.
Capriche no amor que tem por si mesmo.
Use a razão.
Quem ama de verdade, faz o outro feliz,
Amor é parceria, não prisão.
Amor é liberdade, e esta é a beleza do amor, a escolha de conectar almas por decisão, mesmo que as portas estejam abertas, você quer estar ali.
Amor antes de tudo é a paz.
Sou feliz.
Já tem um bom tempo que meus domingos são assim... gostosos, aconchegantes...
Sol ou chuva, meu sorriso tá aqui , nos lábios e no coração.
Hoje é domingo, abra as janelas do coração, há uma vida linda, cheia de música, natureza e sorrisos verdadeiros esperando cada um de nós.
Bom domingo!!!!
Um comentário:
Amiga fiquei emocionada com o que escreveu, é a mais pura verdade, você é especial e o seu sol brilhará sempre, mesmo nos dias nublados e de chuva.
Te adorooo.....
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