Aprendemos pela vida, pelas quedas, desencantos, desilusões...
Infelizmente a dor ensina.
Chega um tempo, este meu tempo, que as cortinas se abrem, e vemos o que não conseguíamos. O ver com os sentidos, com a alma.
Um tempo que a alegria não vem só, e a dor é sombra na felicidade.
É a ausência na presença, é a lágrima salgando o sorriso.
Quando reunimos os amigos, a saudade de quem já não mais está. Não mesmo.
A emoção do neném que nasce na família, e a nostalgia que não acompanharemos seu doce crescimento.
A alegria das cerimônias de casamentos, aniversários, bodas, com o olhar perdido dos que não cumpriram seus votos.
Um dia de pais, sem todos os filhos.
Uma banda, sem o baterista.
Coisas que não via.
No entanto, essa parte dor, núcleo da felicidade, acrescenta em minha vida um jeito diferente de significar detalhes.
Sorrisos, toque, abraço...
Dedinhos de bebê, pele de velho, gargalhada de adolescente...
Abraço de pai, cartão de mãe...
Frases de amigos, desenho de filho...
De repente percebo tantas fragilidades. Vejo a vida por um fio...
Dói apalpar o sofrimento do amigo... a alegria imensa de sua presença, carrega o peso do medo.
Uma corda bamba debaixo de cada pé, e a vontade de eternizar momentos na palma da mão.
Quero segurar em meus olhos por mais tempo, pessoas que me são caras.
Quero fotografar momentos espontâneos, simplicidade... Quero gravar o som da voz, a gostosa gargalhada... Eternizar na memória.
Não há dúvidas, que depois de um tempo de vida, quando a história ainda está sendo escrita, inevitavelmente as emoções se atropelam. Os significados ganham novas interpretações, e o que importava vira nada.
É este meu tempo. Toda alegria anda doendo muito.
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