sábado, 16 de junho de 2018

Pastor Paulo Rezende de Oliveira


É assim que ele é conhecido. Pastor Paulo Rezende de Oliveira. Seu testemunho de vida correu o mundo. Resiliente, forte, conselheiro, construiu uma família linda.



Pra mim ele não é o Pastor Paulo, é meu tio, meu tio querido, que me viu nascer e esteve em todos os momentos das grandes doces memórias que tenho.

Sempre me chamou de Joquinha, por dizer que me lembrava da Joquebede, sua filha mais velha.
A infância de Neilda, Joel, Jonatas, Beth (Joquebede), Késia, Neilson, 3 famílias. A minha, do Pastor Argeu e do Pastor Paulo. Uma conexão tão íntima, tão intensa que todos se tornaram primos quase que de sangue. Uma rotina tão linda. Férias de julho e janeiro, 31 de dezembro de seu aniversário, 13 de março aniversário do meu pai. Não passavam separados. 

Entre nós,primeiro corte de coração foi a perda de Joel, o mais velho filho do Pastor Argeu. Gosto de falar nele, e é incrível como a imagem dele, e sua voz e sorriso continuam tão vivos dentro de mim.
Quanta poesia tinha meu amigo. 

A gente descobriu que perdia pessoas que amamos. Todos jovens. Não conhecíamos essa dor.

Crescemos todos vivendo os 15 anos de cada uma de nós, e o casamento também. Isso nos afastou fisicamente, mas nada mudou. Amor tão intenso como sempre foi. Como desconstruir as melhores memórias, onde brincávamos e trocávamos os gostosos segredos da adolescência.Nem que me esforçasse . Simplesmente é real.

Hoje de manhã, quando fui na casa da minha mãe, foi a primeira coisa que ela me disse: Nilza (esposa do Pastor Argeu) me ligou e disse que o Paulo faleceu de madrugada. É estranho ouvir isso, ainda que ele estivesse hospitalizado, e era uma possibilidade, mas a gente que ama acredita até o fim. Nós acreditamos em milagres.



Perdemos meu tio essa semana, segunda-feira. Tio Carlos. 
Não tenho coragem de sequer imaginar meu pai com essa notícia.
Amigos tão íntimos, e se amavam tanto.

Não consigo imaginar Késia, Beth, Eliatã, Paulinho, seus filhos.
Não consigo imaginar Tia Maria, sua esposa.

Queremos a eternidade para quem amamos.
Aprendi a acreditar na eternidade, e isso é um consolo. Mas ter a ideia que nunca mais ouvirei aquela voz tão peculiar, que nunca terei aquele abraço, e ver seu sorriso.

Foi curioso, que meu filho de 20 anos, só agora, quando ele foi hospitalizado, foi que ele descobriu que ele não era seu tio avô. Em todo tempo achava que ele era irmão do meu pai. Tão bonito isso.

Não sou de me acovardar, e que é tão feio não pegar imediatamente o avião e ir ao encontro das minhas amigas, em um momento tão infinitamente doloroso.

Ele certamente cumpriu sua missão, percorreu o mundo falando de amor, de misericórdia e teve uma história de vida linda. É que tem gente que tinha mesmo que ser eterna. Tem gente que o mundo precisa, ainda mais em um mundo tão feio e carente de pessoas boas.

Tio Paulo está agora presenciando tudo que sempre palestrou e acreditou.
Seu corpo está aqui, e as meninas e os meninos e a tia vão continuar sem ele. Meu pai vai continuar o dia 31 de dezembro e 13 de março sem a presença física dele, mas somos pessoas de memórias.

Beth, késia perdoem minha ausência. Não quero falar, não quero ouvir, e só podia fazer é escrever, e assim desabafar minha dor. Dói, dói pra cacete. Fico sem entender, mas tem coisas que não tem mesmo que entender, mas aceitar. Não há outra opção.

Não quero te ver tio Paulo, não assim. 
Tio, você não merecia sofrer assim.
Não merecia tudo que passou no hospital. Minhas amigas não mereciam te ver assim.
Não foi esse o combinado.
Não foi assim que pensamos.
Ser adulto é um saco!

Farei meu luto aqui, sozinha no meu quarto.
Porque Deus não respondeu a tantas orações?
Não temos explicações, mas acreditamos que Ele tem seus planos, e que era o momento dele ser recolhido para seu verdadeiro lar.

O amor não morre com a morte. O amor permanece para sempre enquanto tivermos memórias.
O que posso dizer agora é que te queria vivo, mas você está vivo nos teus filhos de sangue, nas tuas netinhas tão lindas, já quase mulheres.




Meninas, me perdoem.
Posso ouvir sua voz.. Aquela voz forte, poderosa, que nos emocionava. O abraço tão doce.

A gente não tem controle de porra nenhuma. 
Desconexo.
Descontinuo.
De que servem nossas lágrimas, de que serve essa dor no peito, esse incomodo na alma?
Maturidade espiritual? Eu sei lá!

A gente tem que aproveitar enquanto estamos vivos, é o que falamos, prometemos e desejamos.
Mas tem maridos, filhos, trabalho, distância.

a gente devia jogar tudo pro alto e ser mais humano, o que não to sendo agora..
\O tempo que escrevo, poderia estar pegando um avião, ver se dá tempo de chegar para o tal do último adeus.

Adeus.
Uma vida de mais despedidas que encontros.
Quanta hostilidade .

Que poder nós temos?

Adeus tio Paulo, te amo muito, te amarei muito, e enquanto eu viver.
meninas, me perdoem, não posso suportar que as vidas estejam escapando por entre nossos dedos.
Envelhecer é uma droga.
Eu sinto tanto, eu sinto tanto, tanto meu tio...
porque tinha que ser sofrendo?


Você espalhou amor, amor e amor e vida. Você resgatou tantas pessoas de seus vícios, um pastor atuante. Te amo. Será que te disse isso?

Essas coisas só nos lembra o quanto somos bobos ao pensarmos que temos algum controle.
Não está em nossas mãos.

Te amo tio.
Beth e késia amo vcs até o fundo da minha alma, e mesmo sem ter contato com suas meninas, as amo também.
Perdão e que Deus console o coração de vcs.
Não vou fazer agora correção de texto agora, sem condições.
Amor, amor,amor .
Obrigada por tudo, meu tio.
Obrigada!
Conheça a voz e o testemunho do meu eterno amado tio


quarta-feira, 6 de junho de 2018

Preconceito à Depressão . Preconceito à Psiquiatria.


E estou eu de novo por aqui, nessa página branca que vou preenchendo com símbolos. Estou escutando Maria Gadú, linda voz. Bem verdade que o som me motivou a vir acampar uns minutos por aqui. "estou na lanterna dos afogados..."


Reparem bem nas letras da maioria das músicas. São tristes, peguem as letras e as leia em voz alta. Sem instrumentos que te façam levantar os braços, e cantar, explodindo a alma.


Em um ano, meu mundo virou do avesso, deu volta de 360º , virei de ponta a cabeça, e ainda ando tentando ficar de pé, as vezes dou uma cambaleada, tropeçada... Conserto a coluna, me posiciono e sorrio. Um dia ouvi de um amigo: Apenas sorria. Isso eu aprendi.






Se você tiver coragem de ler uns cinco ´posts meus anteriores, talvez entenda um pouco da minha suposta viagem ao mundo do contrário.


Dói escrever tão pouco, enquanto em minha mente as palavras não param. Hoje sem planejar fui procurar um livro, e a tentação dos cadernos amarelos foi maior, não resisti. Estão todos embrulhadinhos em saco plástico pra traça não devorar e o tempo não apagar. Escrevo alma desde que aprendi a juntar as sílabas e formar frases. As folhas com linhas, as agendas sempre foram meu porto seguro, o lugar em  que eu  podia ser eu mesma, longe das durezas, longe de todos. Era ali que eu desvendava meus mistérios, e jogava fora os desgostos de uma criança e adolescente.
Folhas e caneta, eram minhas amigas inseparáveis. Como éramos íntimas. Terapia divina.

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Acho que descobri  nesta segunda-feira que posso ser uma farsa, que meu sorriso pode não ser o que eu achava que era, porque não confere  o  que sempre escrevi com o meu comportamento. Quanta tristeza destilada, derramada em palavras, e quanto sorriso ao mesmo tempo. Como pode? Estou analisando sorrisos e palavras, sentimentos e gargalhadas. Isso é bom, o autoconhecimento é sempre uma escolha sensata.. 

Não tenho vergonha de expor em linhas o que sinto, aqui é meu lugar. Meus papéis estão guardadinhos, naquela época precisava ser segredo. Hoje sou mulher, não mais uma menina com medo do que pensam, do que sou. Eu me sustento, e aprendi a admitir erros e engolir as decepções. Já sofri sozinha sem ninguém ter ideia , mas meu sorriso nunca  saiu dos lábios. Quem foi que percebeu? Estamos todos muito ocupados para olhar dentro dos olhos de um outro, mesmo que seja amigo, amor, filho.

Mas então, o que chamam de gatilho despertou o meu contrário. Não que eu tenha deixado de amar o que amo, meu trabalho sempre foi a maior realidade da vida, como amo o que faço! Como amo ser professora, como amo escrever, minhas verdades absolutas.
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Não entendi nada do que estava acontecendo, eu não compreendia meus movimentos, minha vontade de não levantar, de não desejar mais fazer as mesmas coisas que eu fazia. Tive 2 amigas que me entenderam antes de mim, Lilia e Monica, e me guiaram até onde eu poderia ser conduzida. 





E foi aí que meu mundo virou, e todo mundo continuou com seu mundo no lugar normal,eu estava "errada", e até chegar neste ponto de hoje de não me importar mais com as considerações ignorantes das pessoas, eu sofri. Não bastava a depressão e a ansiedade, a cama e o teto, imagem constante em pessoas que passam por isso. Desprezo, distância, e você como está do avesso, também tem a vantagem de assistir o mundo de uma maneira diferente.


A depressão com toda sua escuridão oferece fósforos, velas que nos queimam as mãos e o coração, mas há luz suficiente suficiente para olharmos as pessoas de um jeito jamais enxergado. E é aí que se cresce , amadurece, e a sorte, sim sorte tem sua chance.
Talvez apenas o sofrimento possa te tornar (ou não) uma pessoa mais tolerante, mais quieta e observadora..


Depressão não se cura da noite pro dia, e quando falamos em psiquiatria olham torto, dizem que não precisa, que você não é maluca, que vão te fazer doida. Confesso, quando vem de quem você ama, ou você imaginava que te amava, machuca e machuca numa intensidade inimaginável.


Então, primeiro você resolve se calar, se enrolar num edredom, e ficar ali, dormindo, acordando, não atendendo mais o telefone, pois as pessoas machucam. Elas te cortam, e a angústia não se decifra, só quem passou ou passa sabe o que é o enforcamento sem final.


Porém me fortaleci em Deus, nas orações realizadas de boca fechada, e no silêncio. Conversei com Deus e lembrei de todos os versículos que meu pai me ensinou, e os repetia em silêncio.


Tive forças para procurar compreender a doença,li bastante, vi vídeos, descobri pessoas como eu e  que isso era apenas uma doença. Que precisava ser tratada como quem vive com a Diabetes, com quem precisa recorrer a hemodiálise. Mas nenhuma dessas ou outras, carrega com ela o fardo do PRECONCEITO.

"Larga esses remédios"

"Levanta dessa cama"

"Quer aparecer"

"Tá fugindo do trabalho"

"Vai tomar seu remedinho,vai"

"Já tomou seu rivotril hoje"





Mas eu me fortaleci, porque embora ainda procurando ter um encontro comigo mesma, e me descobrindo, o que tem suas delícias e tragédias, aberta a saber quem sou eu, e pronta para desmistificar essa palhaçada de não poder dizer que estava em depressão.

Psicólogo, analista, terapeuta, psicanalista é bonito, é até glamouroso, mas essas pessoas não contam que lá na bolsinha o remedinho tá escondido.Porque? Serão taxadas de loucas? Evitam serem isoladas?

Sou uma mulher vivida, e aprendi muito nestes anos, e essa doença só fez alimentar meu conhecimento sobre o ser humano, sobre quem sou.

Se você , leitor está sentindo que pode estar com depressão vá ao médico, cuide-se!,Quem se importa com você, leitor, é você e Deus, caso aceite sua ajuda.

Num mundo de cabeça pra baixo podemos enxergar no meio do caos, belezas ímpares. As coisas voltam de um jeito diferente, você se fortalece. 

Não é fácil, se te sobrar um ou dois  amigos de verdade, será muita sorte. Mas fazemos outros, afinal o coração tá batendo. A vida está a um pequeno passinho, estique a perna.

E quando tropeçar em buraco, se esforça e levanta.





Nada de ligar para preconceituosos, ignorantes, burros que falam o que não entendem, mas tem o prazer diabólico de condenar, de sufocar.


Eu na verdade tive ajuda de Deus, e  de anjos sem asas. Anjos de carne e osso que jamais imaginei que entrariam em minha vida, e ainda hoje estão nelas.E eu os amo, e para sempre serei grata,
Pessoas que nem por um instante pensei que pudessem me estender as mãos com conselhos sábios, com um segurar de mãos potentes, ser considerada irmã do coração, onde minha própria família nem sabia o que eu tinha, mesmo  estando eu de licença.

Deus tem seus meios.
Não desista!!!!!
As vezes parece impossível, mas é possível sim.
Resista as tentações.

E levante-se!
Erga tua cabeça, retome teu lugar na vida com generosidade e misericórdia para com as pessoas que precisam de você.

Não tenha vergonha..
É apenas uma doença que precisa de ajuda como qualquer outra.

Sim, virei do avesso, e estou me reconhecendo, e conhecendo os outros, é como uma segunda vida, a apreciação da vida sob aspectos mais subjetivos e menos superficiais. E então você entende melhor o sentido raro do amor, da amizade e gratidão.

Você vai perdoando aos poucos.
Coragem!
Descubra-se novamente.

É tão bom questionar-se, sair da mesmice e mergulhar dentro de si mesmo para tocar nas próprias vísceras, sentir com as próprias mãos o tum tum , o bombear do coração, entender como é sua respiração, tocar nas próprias feridas e compreender onde estão e como tratá-las.



Leia bons livros.
Não posso, nem sou capacitada para aconselhar, mas já aprendi algumas coisas, e uma delas é PRECONCEITO NUNCA.

Não se esconda.
Isso eu aprendi.
Aprendi também a abraçar.
Abraçar é bom, não importa muito quem,

Fui além do que pensei em escrever, e vou seguindo, mesmo que as vezes use uma bengalinha.
Não desista.

Há um amor pra você, e começa bem próximo de você, está aí dentro da sua alma.



Não se esconda!
abraço meu






















domingo, 20 de maio de 2018

Resiliência

Faz tanto que não escrevo sobre coisas pessoais, que sinto meus dedos um pouco congelados, anestesiados.

Na verdade, sabemos todos que a vida é feita de fases, que os ciclos existem, e que o bom é viver os pequenos momentos mágicos e ser forte nas horas de turbulências. Acho meio injusto que as marcas de momentos de crise se tornem tão marcantes, e os bons fiquem como um sonhado longe, uma saudade...

Não posso culpar, eu acho, ninguém por ter nascido sonhadora, bem humorada, dramática, exagerada em polos,em querer muito ou não querer nada. Mas o fato é que sonhei, acho que meus devaneios vieram com o primeiro chorinho, ali, vieram também as expectativas, os sonhos, a falta da razão, do meio termo.

Fui crescendo em corpo e mente e ninguém apontou o quanto excêntrica eu era. Não bastava eu me entristecer, eu queimava as cartas de amor.. mas nunca vacilei na esperança, na fé, mesmo porque meu pai nunca permitiu que eu me abalasse, e minha mãe nunca me deixou desistir ou deixar de acreditar..

Não posso afirmar que a vida mais dura na infância, possa construir adultos mais resistentes, mais endurecidos, enrijecidos e com essa armadura serem mais fortes.

Eu fui tratada como princesa, como os pais costumam ou deveriam fazer com seus filhos . Fui cercada de amor, não posso jamais negar. Fui uma criança feliz e amada. Talvez por isso os sonhos tenham se elaborados de forma tão consistentes, como se logo ali eu pudesse ser capaz de tocá-los, eles se mantinham quase que concretos na minha inocente imaginação..

Mas as coisas não são bem como a gente imagina, e eu vivi uma história que nem por um segundo havia passado pela minha cabeça.

Talvez aconteça com todo mundo. Decepção  veio bem antes do nunca calculado, eu era apenas uma menina, mas como boa adolescente, perdida num mundão de certezas incertas. Um parenteses aí,que não são só os adolescentes que estão perdidos em suas incertezas, mas ali eu não tinha certeza de absolutamente nada, e hoje, a quase maturidade, pois não consigo ainda me enxergar com maturidade.

Enfim, continuando, tive reveses nas expectativas imaginadas, e apesar das dores, e choros tão descontrolados permanecia construindo novos castelinhos, novos sonhos, e outras expectativas.
Não estou citando aqui apenas sobre relacionamentos de amor, mas de amizades, das mais diversas formas de relação.

Conviver com qualquer outro exige um aprendizado que não consta em receitas, em livros. Há sim uma vasta bibliografia de auto ajuda, mas a gente busca já no meio ou fim do caos.

Eu confesso minha preguiça de relatar, escrever, mas sempre foi minha forma de exorcizar minhas dores, e o fato de não mais escrever, mantem preso em mim uma montanha de palavras aprisionadas.
Sinto as letras se amontoando na minha garganta, fazendo nó, impedindo a respiração.
Que motivo há  para ser tratado com maus olhos a declaração da dor, como se ela fosse irreal, inexistente e rara para os humanos?

Quando nasce o humano, nasce a dor, não os sonhos.

Quero poder exercitar o dom das palavras e descreve-las com delicadeza, mas se pelos dedos o sangue do desespero humanitário pudesse ser vazado, o teclado estragaria, estaria todo manchado, boiando em sangue.

Quem olha rosto não vê coração. E não mesmo. Ainda bem, sorte de todos nós. Imagina a tragédia de ler mentes, pensamentos e corações. Essa é a triste missão de Deus, dos anjos.... somos limitados por responsabilidades e bom senso a sorrir, e a responder que tudo está bem, quando a alma está ferida.

As pessoas não querem ler, nem ver, nem descobrir a tristeza alheia,mesmo que se deixe pegadas, rastros, pois ser amigo dá trabalho, consolar é cansativo. Compreendo, todo mundo anda correndo tanto, como hamsters, acordam, trabalham, dormem, acordam, trabalham, comem, dormem, esperam o final do mês para receber o salário, que na pirâmide sabemos que a maioria dos brasileiros tá na rabeira, sobrevivendo para sobreviver. É quase um sair pra caçar numa selva real, cercada de prédios, bandidos, corruptos. Não há quase a quem pedir socorro,a corrupção se alastra como peste.

Felizes os ignorantes? Os hamsters sem consciência de que o tempo de vida incerto se passa,e quando nós resolvemos nos olhar no espelho, nem nos reconhecemos. Onde foram parar todos aqueles anos? O quanto usamos em gargalhadas, em momentos únicos e de tirar o ar de felicidade?

Todo esse rodeio de letrinhas saltitantes e um pouco descontextualizadas, vem para dizer que eu não sabia mesmo que seria assim, na maior parte de todas as questões da vida. Acontece tudo de modo surpreendente, eu resiliente,vou sustentando a fé e a esperança meio a luta interior que se trava entre o manter a expectativa, o sonho, a fé e a esperança.

Quando será que conseguirei trilhar? Fazer um cruzeiro...  tocar a neve?
Esses são os sonhos que posso postar, mas há um grande entulhamento de desejos que fico indecisa se os implodo ou se escrevo a curto, médio e longo prazo,,,

Mas os meios disso,complicam.

Hoje eu queria chorar, não consigo. As palavras estão tão entulhadas na garganta que preciso ir com certa lentidão, para não vomitar e morrer engasgada.

Eu não imaginava que seria assim.
Como rever os caminhos?
Quando vai dar certo?

Quero respirar.
Minha boca adormece, meu coração aperta, pois a resiliência, a força travam a luta interna e me machuca.

Daí então, eu faço o cabelo, as unhas, hidrato a pele,e mantenho a posição esperada.
Deixo meus gritos para as telas...
Praticamente não é o que se escreva para que alguém leia, quem é que pode se orgulhar de um texto desse?

Peço a Deus diariamente que cuide de mim, que mantenha acesa a minha fé.
Eu descobri que não tenho tantos amigos quanto imaginei que tinha, nem tanto amor dito em palavras transformado em ações.

Mas eu to de pé, dói muita coisa, e eu tenho que ir aos poucos, ou vira mesmo uma sessão de hipnose, exorcismo que destrói o corpo e cansa a alma.

O mais importante, eu estou de pé, e mesmo andando um pouco mais devagar, não desistirei.